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Advogado que matou mãe após família descobrir abusos de sobrinho não foi preso; entenda o motivo

Thiago Avanci, 39, que era professor de Direito e foi secretário municipal, chegou a ter casa revistada pela polícia; homem cometeu suicídio

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) chegou a pedir a prisão do advogado Thiago Felipe de Souza Avanci, de 39 anos, que era professor de Direito e foi secretário municipal de Modernização e Transformação Digital em Guarujá, no litoral de São Paulo, investigado por estupros cometidos contra um sobrinho autista, de 17 anos. No entanto, a Justiça analisou o caso e não decretou a reclusão, apenas um mandado de busca e apreensão na casa dele. Na mesma data em que a medida foi cumprida, o homem matou a mãe, um cachorro e cometeu suicídio.

Conforme o site G1, após a família do adolescente procurar a polícia e denunciar o caso, o MP-SP, por meio do promotor de Justiça de Santos, também no litoral paulista, pediu a prisão de Thiago no último dia 9 de setembro. No dia seguinte, no entanto, o juiz da 2ª Vara Criminal da cidade determinou que o caso fosse remetido à Justiça de Guarujá, pois o investigado morava naquele município.

Dessa forma, o caso foi encaminhado ao Guarujá, mas o promotor de Justiça local se manifestou contrário ao pedido de prisão do advogado. O juiz da 2ª Vara Criminal do município também analisou a questão e, no dia 12 de setembro, considerou que a detenção do investigado não era “imprescindível” para o andamento das apurações.

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Contudo, o magistrado determinou medidas protetivas de urgência ao adolescente vítima dos estupros, sendo que Thiago não podia se aproximar dele ou manter contato com os pais do garoto. Também foi decretada a suspensão do porte de arma do advogado e foi expedido um mandado de busca e apreensão na casa dele e nos locais em que trabalhava.

Tal medida foi cumprida na manhã da última terça-feira (17), sendo que Thiago não estava nos locais. O homem compareceu à delegacia na parte da tarde, onde chegou a entregar uma arma. Após ser ouvido, ele foi liberado.

Na sequência, o advogado foi até a prefeitura e pediu exoneração do cargo de secretário municipal. Horas depois, Thiago matou a tiros a mãe, Sueli Nastri De Souza Avanci, de 72 anos, o cachorro da família e cometeu suicídio.

A Prefeitura do Guarujá confirmou que o advogado pediu exoneração na terça-feira, sendo que a oficialização ocorreu em portaria publicada na edição do Diário Oficial do Município de quarta-feira (18). A administração municipal esclareceu que uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionada para socorrer o advogado e a mãe, mas que no local já constatou os óbitos.

Descoberta sobre os estupros

Conforme reportagem da TV Tribuna, o advogado morava nos fundos da casa da família, no Balneário Praia de Pernambuco, sendo que na residência da frente a idosa morava com o neto autista e os pais do garoto.

Os estupros cometidos contra o menor foram descobertos por acaso, depois que Thiago passou um carro para o nome do sobrinho e entregou um envelope aos pais dele com alguns documentos. Lá dentro foi um pen drive, que o advogado pediu de volta. Porém, antes de entregar o item, a mãe do adolescente decidiu verificar o conteúdo, quando achou vários vídeos que mostravam o filho sendo abusado.

Além disso, dias antes da descoberta, o menor já tinha reclamado para uma psicóloga, com quem faz acompanhamento, dizendo que sentia dores na região do ânus. A profissional estranhou e avisou os pais do garoto.

Assim, com essa informação e após verem os vídeos no pen drive, os genitores procuraram a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde o estupro de vulnerável foi registrado. Pela análise do material que estava armazenado, a suspeita é de que o garoto autista vinha sendo estuprado há pelo menos um ano.

O caso segue em investigação na Delegacia sede de Guarujá como homicídio e suicídio consumado. Na casa de Thiago, os agentes apreenderam um pen drive, além de quatro celulares, uma adaga, um revólver e munição. O material foi encaminhado para perícia.

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