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Jogadores se cansam do excesso de jogos e ameaçam greve sem precedentes no futebol mundial

O novo formato da Liga dos Campeões traz mais dois jogos na fase de grupos

O futebol mundial passou por uma mudança drástica nos últimos anos, com modificações no formato dos torneios tradicionais para incluir mais jogos, de modo que a FIFA e a UEFA possam garantir contratos comerciais melhores. O exemplo mais recente é a Liga dos Campeões, que introduziu um sistema de liga em vez da fase de grupos, com oito jogos em vez dos seis anteriores.

Anteriormente, em 2018, a UEFA inventou a Liga das Nações - um torneio que muitos ainda não entendem - com o objetivo de aproveitar as ‘datas FIFA’ para partidas competitivas e evitar amistosos.

A FIFA também criou uma Copa do Mundo de Clubes com 32 equipes no ano anterior à Copa do Mundo, e a primeira edição será realizada em 2025.

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E na mudança mais controversa, a partir de 2026, a Copa do Mundo Masculina aumentará de 32 para 48 equipes, com um total de 104 jogos em vez de 64, em uma medida exclusivamente por motivos políticos decidida pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino.

Figuras do futebol mundial ameaçam uma greve sem precedentes

Um dos primeiros a falar foi o belga Kevin De Bruyne, um jogador-chave do Manchester City, que disse no início de setembro que "o problema é que a UEFA e a FIFA estão agendando partidas extras e podemos tentar dizer algo, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. O dinheiro fala por eles".

Agora foi a vez do jogador espanhol Rodri, também do City, que revelou que os jogadores de futebol de alto nível estão perto de entrar em greve devido ao número de jogos que têm que disputar. O meio-campista respondeu a uma pergunta sobre se os jogadores de futebol poderiam se recusar a jogar devido à sobrecarga de jogos: "Acho que estamos prestes a chegar a esse ponto... Se você perguntar a qualquer jogador, eles vão te dizer o mesmo. É a opinião geral dos jogadores, não apenas de Rodri. Se continuar assim, chegará um momento em que não teremos outra opção, mas veremos. Estamos preocupados porque somos os que sofrem."

A FIFPRO, o sindicato que representa os jogadores de futebol internacionais, já apresentou um desafio legal contra os planos da FIFA de expandir suas competições, incluindo a primeira Copa do Mundo Masculina com 48 equipes em 2026 e a nova Copa do Mundo de Clubes, pois os jogadores estão sendo solicitados a fazer mais esforço sem serem consultados.

Rodri afirmou que um jogador de futebol pode jogar "no mais alto nível" se jogar entre 40 e 50 partidas por ano, mas na última temporada no City, o argentino Julián Álvarez (agora no Atlético de Madrid) foi convocado para 83 partidas e Phil Foden jogou em 72.

"Este ano podemos chegar aos 80, e na minha humilde opinião isso é demais. Alguém deve cuidar de nós porque somos os protagonistas deste esporte, negócio, ou como quiser chamá-lo. Nem tudo pode ser sobre dinheiro e marketing... o importante é a qualidade do espetáculo," disse Rodri.

O internacional espanhol citou seu companheiro de equipe Erling Haaland como exemplo, que, como a Noruega não se classificou para a Eurocopa, pôde descansar durante o verão e começou a temporada atual com nove gols nos primeiros quatro jogos pelo Manchester City.

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