Foco

O caso de Dominique Pelicot: declarado o estuprador mais jovem entre os 50 homens acusados

Em um julgamento que chocou a França, Joan Kwai, de 26 anos, é o mais jovem dos acusados de estuprar uma mulher drogada pelo marido

Las perturbadoras declaraciones de Dominique Pelicot “Soy un violador”
As declarações perturbadoras de Dominique Pelicot “Eu sou um estuprador” Gisèle Pelicot

No coração da região de Vaucluse, no sul da França, está ocorrendo um julgamento que capturou a atenção de todo o mundo. O caso envolve Gisèle Pelicot, uma mulher de 71 anos que foi drogada por seu marido, Dominique Pelicot, por quase uma década para que dezenas de homens a estuprassem. Entre os acusados está Joan Kwai, de 26 anos, que é o mais jovem dos 50 homens envolvidos neste horrível caso, detalhou o Daily Mail.

ANÚNCIO

A história retorcida de Joan Kwai

Joan Kwai, nascido na Guiana mas residente na região de Vacluse desde a adolescência, é o primeiro acusado a testemunhar neste julgamento. Kwai visitou a casa dos Pelicot pela primeira vez em novembro de 2019, no mesmo dia em que sua filha nasceu. Ele retornou em outra ocasião e admitiu ter planejado uma terceira visita, que acabou sendo cancelada por Dominique Pelicot.

Gisele Pelicot
Gisele Pelicot ARQUIVO - Gisele Pelicot, à esquerda, chega ao tribunal de Avignon, em Avignon, sul da França, quinta-feira, setembro 5, 2024 (AP Photo/Lewis Joly, Arquivo) (Lewis Joly/AP)

Na sua declaração, Kwai inicialmente negou ter questionado se Gisèle Pelicot havia dado o seu consentimento. No entanto, ao ser confrontado com as fotos que mostravam a vítima inconsciente, admitiu ter participado de um estupro. No início do julgamento, Kwai reconheceu os fatos, mas não a intenção por trás deles.

O contexto do caso

O caso de Gisèle Pelicot é um dos mais impactantes na história recente da França. Dominique Pelicot, um eletricista aposentado de 71 anos, é acusado de ter drogado sua esposa por quase dez anos para que homens pudessem abusar dela. A vítima decidiu renunciar ao seu anonimato, tornando-se um símbolo das vítimas de estupro na França.

A pesquisa revelou que Pelicot sedava sua esposa com o medicamento Temesta, incluindo-o em suas refeições, e que havia filmado e fotografado os abusos, compilando milhares de imagens em um arquivo marcado como ‘Abuse’.

Dominique Pelicot/X
Dominique Pelicot/X

Reações e consequências

O julgamento gerou grande comoção na comunidade. Gisèle Pelicot é recebida com calorosos aplausos toda vez que entra no prédio do tribunal em Avignon, enquanto os acusados em liberdade condicional, que incluem um carpinteiro, um construtor, um ex-bombeiro, um trabalhador municipal, um oficial de prisão e um jornalista, são recebidos com vaias e apitos.

A segurança foi reforçada no tribunal após um incidente em que um dos acusados empurrou uma equipe de televisão francesa, o que exigiu a intervenção de um advogado para acalmar a situação.

ANÚNCIO

O futuro do julgamento

O caso deve durar até dezembro. A comunidade ainda está chocada com a gravidade dos acontecimentos e a coragem de Gisèle Pelicot em denunciá-los. A história de Joan Kwai e dos outros acusados é um lembrete da importância da justiça e da proteção dos direitos humanos, especialmente em casos de violência de gênero.

Agencia
ARQUIVO - Gisele Pelicot fala à mídia ao deixar o tribunal em Avignon, sul da França, quinta-feira, 5 de setembro de 2024 (AP Photo/Lewis Joly, Arquivo) AP (Lewis Joly/AP)

Neste julgamento, a sociedade francesa se depara com uma reflexão profunda sobre a violência de gênero e a justiça. A coragem de Gisèle Pelicot em revelar sua identidade e denunciar os fatos tem sido crucial para tornar visível a gravidade desses crimes e a necessidade de uma justiça mais eficaz para as vítimas de estupro.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias