A Justiça de São Paulo condenou seis acusados pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e da amiga dele, Taís Alcântara de Oliveira, em dezembro do ano passado. Cada um pegou pena que passa dos 20 anos de prisão (veja o detalhamento abaixo). Já o sétimo réu no caso ainda não foi julgado.
De acordo com o colunista Rogério Gentile, do site UOL, a sentença foi dada pelo juiz Sérgio Cedano, da 2ª Vara Criminal do Fórum de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. O magistrado ressaltou que “as consequências do delito são nefastas, traumatizando as vítimas de forma irreversível”.
Assim, os réus Caio Pereira da Silva e Jones Ferreira, que foram os responsáveis por render as vítimas e levá-las ao cativeiro, pegaram 28 anos e cinco meses de prisão e 24 anos e quatro meses de reclusão, respectivamente.
Já Thauannata Lopes dos Santos e Camily Novais da Silva, apontadas como as responsáveis por procurar amigos e familiares das vítimas para a extorsão, receberam pena de 21 anos e quatro meses de prisão.
Por fim, Wadson Fernandes Santos e Eliane Amorim, que teriam fornecido as contas bancárias para o recebimento dos pagamentos, foram condenados a 24 anos e 4 meses de prisão.
Todos os condenados ainda poderão recorrer da decisão. As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
O sétimo réu no caso, Matheus Eduardo Candido Costa, que foi o último a ser preso pela Divisão Antissequestro (DAS), ainda será julgado. A polícia destacou que ele também estava com a dupla que rendeu as vítimas e as levaram ao cativeiro.
No total, a polícia diz que 10 pessoas participaram do sequestro. Destas, sete estavam presas preventivamente, uma temporariamente e duas ainda são procuradas. A Justiça tornou sete delas rés pelos crimes de associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.
Relembre o caso
Marcelinho Carioca desapareceu no dia 17 de dezembro de 2023, quando saiu do estádio Itaquerão após o show do cantor Thiaguinho. No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou o carro dele abandonado em Itaquaquecetuba, que fica na Região Metropolitana da Capital.
O caso passou a ser apurado e a DAS foi acionada para ajudar nas investigações. Nesse meio tempo, o ex-jogador apareceu em um vídeo, ao lado da amiga, no qual disse que tinha se envolvido com uma mulher casada. Ela também confirmou a versão dele na gravação.
Porém, horas depois, Marcelinho e a mulher foram encontrados onde eram mantidos reféns pela Polícia Militar. Na delegacia, ele disse que os sequestradores queriam dinheiro. “Eles pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, disse ele. “Não é fácil você ter um revólver apontado para você a todo momento”, acrescentou.
Ele acredita que não foi reconhecido de forma imediata pelos sequestradores. “O carro era filmado. Provavelmente eles não sabiam [quem eu era]. Eles viram um carro daquele porte, próximo da comunidade e chegaram para me abordar”, disse.
O ex-jogador e ídolo do Corinthians chorou ao relembrar que foi mantido refém e negou que tivesse qualquer relação amorosa com a amiga. Ele ressaltou que teria sido forçado pelos sequestradores a fazer tal afirmação. Ele ainda criticou a cobertura da imprensa, dizendo que muitas inverdades foram publicadas.
Depois da soltura, a amiga também gravou um vídeo, ao lado do ex-marido, garantido que não tinha nenhum relacionamento amoroso com o ex-jogador. “Eu não tenho nenhum relacionamento com o Marcelinho. Nunca tive. A nossa relação é de amizade mesmo. Eu estou separada do Márcio. A gente mora em casas separadas, não estamos convivendo, apesar que ainda não saiu o divórcio. A gente continua ainda casados no papel”, explicou Tais, em entrevista ao site G1.