A brasileira-libanesa Fatima Cheaitou, que vive com a família na região de Tiro, no Líbano, usou as redes sociais para pedir ajuda enquanto tentava fugir na manhã desta segunda-feira (23). O país amanheceu tomado por um amplo ataque aéreo promovido por Israel, que diz que visa acabar com o grupo extremista Hezbollah. Mais de 270 pessoas já morreram.
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Veja o vídeo com as falas de Fatima, publicado pelo UOL:
Fatima, que costuma compartilhar nas redes sociais sua rotina como muçulmana, falou que acordou em meio ao barulho da explosão de bombas e fez postagens enquanto dirigia um carro, tentando fugir da região.
“Oi gente....hoje acordamos com muitas, muitas bombas. A gente está fugindo. Bombardearam perto da minha casa, perto da casa dos meus avós, na minha cidade”, relatou ela, que na sequência pediu ajuda para que as pessoas marcassem o governo brasileiro. “Quem puder, marca no Instagram deles, para que façam alguma coisa. Por favor”, disse a jovem, visivelmente abalada.
Fatima mostrou na sequência uma longa fila de carros, de pessoas que tentavam deixar a cidade, enquanto destacou que eles estavam “rodeados de bombas”. A brasileira também postou imagens mostrando bastante fumaça por conta das explosões.
“Estamos bem até agora, presos no trânsito, a autoestrada tá fechada dos dois lados de tanto carro. Faz quase 2 horas que estamos no mesmo lugar”, lamentou a jovem, que continuou pedindo para que o governo brasileiro faça alguma intervenção.
Ao site UOL, fontes do governo federal estimaram que mais de 20 mil brasileiros vivem atualmente no Líbano. A Embaixada do Brasil naquele país destacou que as pessoas foram orientadas a buscarem “meios próprios” para sairem da região e que não há, até o momento, um plano para repatriação.
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Ataques no Líbano
No domingo (22), foguetes disparados pelo Hezbollah atingiram a cidade de Haifa, ao norte de Israel. Os extremistas planejavam atingir complexos industriais militares da empresa Rafael, que desenvolve armas e tecnologia militar.
Em resposta, nesta manhã, o Exército israelense realizou bombardeios em alvos do Hezbollah no sul do Líbano. Conforme o Ministério da Saúde libanês, pelo menos 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas no ataque.
Autoridades disseram que alguns moradores das regiões do Líbano receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos ataques. Porém, não houve tempo para evacuação e, para piorar, as mensagens destacam que os bombardeios “continuarão no futuro próximo” e que serão “maiores e mais precisos”.