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Justiça determina soltura de Deolane e outros 16 investigados por jogos ilegais e lavagem de dinheiro

Mãe dela também será solta; famosa será liberada sem tornozeleira e não está impedida de usar redes

Deolane Bezerra é presa no Recife em operação que investiga lavagem de dinheiro e jogos ilegais
Deolane Bezerra, sua mãe e mais 15 investigados na 'Operação Integration' foram beneficiados com habeas corpus e serão soltos (Reprodução/Instagram)

A Justiça do Pernambuco determinou a soltura da influenciadora, empresária e advogada Deolane Bezerra, que foi presa por suspeita de ligação com um esquema de jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A mãe dela, Solange Alves Bezerra Santos, também foi beneficiada com a medida, assim como outros 15 investigados na “Operação Integration”. Diferentemente da primeira vez que foi solta, a famosa não terá que usar tornozeleira eletrônica e não estará totalmente impedida de usar as redes sociais. Porém, existem algumas medidas cautelares.

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A decisão foi tomada na noite de segunda-feira (23) pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, que acatou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, o dono da empresa “Esportes da Sorte”. Assim, ao conceder a soltura, o magistrado estendeu o benefício a Deolane e aos demais detidos.

O cantor Gusttavo Lima, que teve a prisão decretada pela Justiça por suspeita de participação no mesmo esquema de jogos ilegais e lavagem de dinheiro, não foi beneficiado pelo habeas corpus. Assim, ele segue com a prisão em aberto, porém, está em viagem pelos Estados Unidos.

Além de Darwin Filho, Deolane Bezerra e Solange Bezerra, serão soltos: Maria Eduarda Quinto Filizola, (que cumpria prisão domiciliar); Dayse Henrique Da Silva; Marcela Tavares Henrique da Silva (que estava em prisão domiciliar); Eduardo Pedrosa Campos; Maria Aparecida Tavares de Melo; Giorgia Duarte Emerenciano; Maria Bernadette Pedrosa Campos; Maria Carmen Penna Pedrosa; Edson Antonio Lenzi; José André da Rocha Neto; Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha; Rayssa Ferreira Santana Rocha; Ruy Conolly Peixoto; e Thiago Heitor Presser.

Conforme a decisão, os beneficiados com o habeas corpus ficam proibidos de fazer publicidade de plataformas de jogos de azar ou de fazerem menções a elas em suas redes sociais. Eles também estão impedidos de frequentar qualquer empresa envolvida na investigação ou de participarem de tomadas de decisão dentro delas. No caso, Deolane é dona da “Zero Um Bet”, que explora jogos de azar.

Eles não usarão tornozeleira eletrônica, mas não podem mudar de endereço sem prévia autorização judicial; não podem se ausentar da Comarca onde residem, sem prévia autorização judicial; não podem praticar outra infração penal dolosa; e devem comparecer em até 24 horas, pessoalmente, no Juízo da 12ª Vara Criminal da Capital, para assinatura de Termo de Compromisso, para tomar ciência de todas as cautelares e informar endereço atualizado.

Por fim, o desembargador determinou que ficam mantidos os bloqueios de valores e sequestros de bens determinados no âmbito da “Operação Integration”.

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As defesas dos investigados não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Eles deverão ser soltos a qualquer momento.

Deolane e Solange Bezerra.
Deolane e sua mãe, Solange Bezerra, foram beneficiadas por habeas corpus e serão soltas (Mariana Lienemann/Reprodução / Instagram)

Prisão de Deolane

Deolane foi presa durante a “Operação Integration”, deflagrada no último dia 4 de setembro. Inicialmente ela foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife, juntamente com sua mãe, Solange Alves Bezerra Santos. No último dia 9, a famosa conseguiu um habeas corpus e deixou o local usando uma tornozeleira eletrônica para cumprir prisão domiciliar. Já a genitora seguiu no local.

Porém, ao ser liberada, a Justiça determinou uma série de medidas cautelares, entre elas que Deolane não podia falar com a imprensa ou fazer postagens nas redes sociais. Logo ao deixar o presídio, ela falou com fãs e repórteres que se aglomeravam no local.

“Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada”, falou a empresária na ocasião. Em seguida, pessoas a carregaram nos braços até o carro que a aguardava.

Em outra ocasião, ela se manifestou nas redes sociais ao publicar uma imagem com a boca “tampada por uma fita” e com a legenda “Carta Aberta”.

A Justiça entendeu que ela descumpriu as regras. Na decisão que revogou a prisão domiciliar, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão destacou que Deolane “afrontou” a ordem judicial assim que saiu da unidade prisional.

“A autoridade policial noticiou que a paciente mal pisou fora do estabelecimento prisional, cuidou de se manifestar sobre o processo perante a imprensa e postou mensagem que remete subliminarmente ao processo em rede social, afrontando as medidas cautelares que lhe foram impostas”, ressaltou o desembargador.

No último dia 10, quando foi ao Fórum Rodolfo Aureliano para assinar os termos da prisão domiciliar, Deolane foi informada que teve a liberdade revogada e seria novamente presa. Assim, foi levada ao presídio em Buíque.

A famosa passou por uma audiência de custódia virtual no dia 11, quando teve a prisão preventiva mantida pela Justiça.

A defesa dela recorreu ao STJ alegando que ela está “desestabilizada” e, “por culpa da imprensa e fãs”, acabou descumprindo as medidas cautelares. Porém, a solicitação foi negada pelo desembargador convocado Otávio de Almeida Toledo. Depois disso, outros pedidos de soltura foram negados.

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Deolane Bezerra chegou a ser solta após prisão, mas descumpriu medidas cautelares e foi presa novamente (Reprodução/Genival/Agnews)

Investigação

Deolane é suspeita de abrir uma empresa de apostas, com capital de R$ 30 milhões, para lavar dinheiro de jogos ilegais. Por conta das investigações, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de Deolane e de R$ 14 milhões da empresa dela. Já Solange teve R$ 3 milhões das contas bloqueados.

Segundo o programa “Fantástico”, da TV Globo, o esquema de lavagem de dinheiro começou a ser investigado em 2022, quando a polícia apreendeu um saco de dinheiro de jogo do bicho em uma banca no Recife. No local, foram recolhidos R$ 180 mil e um caderno de anotações. O local pertence a Darwin Henrique da Silva, apontado como bicheiro.

O nome de Darwin Filho, que é filho do bicheiro e dono da plataforma de apostas “Esportes da Sorte”, também apareceu nas anotações. A empresa dele é legalizada e tem sua sede em Curaçao, uma ilha do Caribe. Quem faz as apostas, deposita na conta de outra empresa, que tem sede em Curitiba, no Paraná.

Deolane é uma das garotas-propaganda da “Esportes da Sorte”. Em depoimento à polícia, ela disse que sua ligação com a casa de apostas era apenas para a divulgação de anúncios, porém, a polícia suspeitou do enriquecimento dela, que destacou que tem renda mensal de R$ 1,5 milhão, fruto de suas atividades como advogada e influenciadora digital.

Por conta de suspeitas de enriquecimento que não é compatível com a renda declarada, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de Deolane e de R$ 14 milhões da empresa dela. Já a mãe dela teve R$ 3 milhões das contas bloqueados.

A defesa de Deolane e Solange nega irregularidades e afirma que “mantém plena confiança na justiça e que segue trabalhando incansavelmente pelo restabelecimento da liberdade [das duas], convicto de que suas inocências serão plenamente comprovadas”.

Darwin pai está foragido e a defesa diz que ele aguarda o julgamento de um habeas corpus. Já Darwin filho se apresentou à polícia e ressaltou, em nota, que todos os seus rendimentos foram declarados. O empresário destacou, ainda, que a Esportes da Sorte não tem nenhuma ligação com jogo do bicho.

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