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‘Maníaco do Uno’: familiares dizem que suspeito estava ‘afundado nas drogas’ e queria se entregar

Solirano Sousa, 48, chegou a ligar para parentes, mas chamada caiu e eles não conseguiram mais contato

Homem atacou ao menos sete mulheres na Zona Leste de SP
'Maníaco do Uno' foi identificado como Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos, que ainda é procurado pela polícia de São Paulo (Reprodução/Instagram @policiacivil_sp)

Familiares de Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos, suspeito de atacar pelo menos sete mulheres na Zona Leste de São Paulo, prestaram depoimento no 57º Distrito Policial da Mooca, na tarde de segunda-feira (23). Eles contaram que o homem estava “afundado nas drogas” e que chegou a entrar em contato por telefone, após a repercussão do caso, quando disse que queria se entregar. Porém, a ligação caiu e não foi mais completada.

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De acordo com reportagem da “CNN Brasil”, os parentes foram ouvidos pelo delegado Ricardo Salvatori. Eles explicaram que o último contato que tiveram com Solirano ocorreu na última terça-feira (17), por meio do celular da mãe dele. O homem era quem usava o aparelho e, na ocasião, teria dito que pretendia se entregar às autoridades.

No entanto, a ligação foi interrompida e os parentes não conseguiram mais falar com ele, pois o celular dava sinal de fora de área. Os parentes disseram, ainda, que não fazem a menor ideia do paradeiro de Solirano.

O rastreamento do aparelho mostrou que a última localização do celular foi o Jardim Elba. As últimas transações bancárias feitas pelo suspeito por meio do aparelho também ocorreram no mesmo local.

O delegado voltou a levantar a suspeita de que o suspeito possa ter sido julgado pelo “tribunal do crime”, que seria um grupo formado por integrantes de facções criminosas que determinam penas para criminosos, mas não há nada de concreto.

Por enquanto, equipes do 57º DP continuam a realizar buscas pelo homem, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça.

Última aparição

Solirano, que está sendo chamado de “maníaco do Uno” ou “maníaco do carro”, foi visto pela última vez no dia 17 de setembro entrando em um comércio, momentos antes de abandonar o Fiat Uno cinza que usava. Em um vídeo de câmeras de segurança, ele apareceu usando muletas, mancando e com o pé enfaixado (veja abaixo):

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No dia seguinte, o Fiat Uno cinza, sem placas, foi encontrado abandonado. Uma varredura encontrou uma faca, uma chave de fenda e peças de roupas no veículo. Todo o material foi encaminhado para perícia.

A Polícia Civil também divulgou um vídeo com fotos do homem procurado e pediu a ajuda das pessoas que tenham alguma informação sobre o paradeiro do suspeito, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Os dados podem ser repassados pelo Disque-Denúncia (181), em sigilo absoluto.

Os ataques

Os ataques ocorreram nos bairros do Parque São Lucas, Vila Oratório, na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, no último dia 13 de setembro, entre 17h e 19h. O agressor apareceu em imagens de câmeras de segurança usando boné vermelho, blusa de moletom com capuz, calça jeans e sapatos.

Em todas as ocasiões, o homem se aproximou, deu uma chave de braço nas mulheres e tentou empurrá-las para dentro do Uno. Todas as vítimas, com idades entre 11 e 34 anos, conseguiram escapar. Apesar de não terem sido abusadas, elas disseram à polícia que não tinham dúvidas que a intenção dele era estuprá-las.

As ocorrências foram registradas como roubo e constrangimento ilegal, tentativa de sequestro e roubo, mas, na medida em que as vítimas foram efetuando denúncias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SS-SP) esclareceu que a natureza dos boletins poderá ser alterada.

Veja abaixo a cronologia dos ataques:

1º ataque: uma mulher de 34 anos caminhava pela Rua Antonio Gomes, no Parque São Lucas, quando foi abordada e agarrada pelo “maníaco do Uno”, por volta das 17h10 do último dia 13. A polícia ainda busca imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado esse caso. Ao fazer a denúncia, no 42º DP do Parque São Lucas, a vítima contou que o homem tentou colocá-la no carro e a ameaçou com uma faca;

2º ataque: uma mulher de 27 anos, que estava em um ponto de ônibus na Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, foi atacada por volta das 17h30 do último dia 13. A jovem contou à polícia que o homem a segurou pelo braço e tentou colocá-la à força dentro do Uno, mas ela conseguiu se soltar e fugiu. A polícia obteve imagens que mostram o ataque e as investigações seguem em andamento como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

Suspeito ainda é procurado pela polícia.
Jovem de 27 anos foi abordada por 'maníaco do Uno' em ponto de ônibus, na Vila Oratório, na Zona Leste de SP (Reprodução/TV Globo)

3º ataque: uma mulher foi atacada no mesmo ponto de ônibus, por volta das 17h50 do último dia 13, na Vila Oratório. Ela não chegou a procurar a polícia na ocasião, mas, após a repercussão do caso, compareceu ao 57º DP e prestou queixa.

4º ataque: uma estudante de 16 anos caminhava pela Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, quando foi abordada pelo suspeito. A garota disse que o homem anunciou um assalto, falou para ela “não gritar” e logo a segurou e tentou empurrá-la para dentro do Uno. Ela conseguiu se soltar e correu. O caso, que foi registrado no 57º DP como roubo, foi registrado por câmeras de segurança.

5º ataque: uma mulher de 26 anos foi abordada pelo “maníaco do Uno” na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, às 18h40 do último dia 13. Ela caminhava sozinha, na direção de casa, quando o homem a atacou por trás. Ela disse que ele segurou em seu braço e mandou que ela seguisse calada. Quando tentava colocá-la dentro do carro, ela gritou por socorro e conseguiu escapar. O caso também foi registrado como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

6º ataque: um vídeo gravado na noite do último dia 13, na Rua Herwis, na Zona Leste da Capital, registrou mais um ataque do “maníaco”. Nas imagens, o homem aparece tentando agarrar uma mulher que caminhava sozinha. Ela conseguiu se soltar e saiu correndo (veja no vídeo abaixo).

7º ataque: uma criança de apenas 11 anos foi atacada pelo “maníaco” enquanto caminhava pela Avenida Vila Ema, também no último dia 13. A garota também foi segurada pelo braço, mas conseguiu se soltar e correu. A mãe da vítima voltou ao local e pediu imagens de câmeras de segurança de uma moradora, que mostraram o ataque. As imagens foram repassadas à polícia, que segue apurando o caso.

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