Foco

‘Maníaco do Uno’: veja o que se sabe do caso e o que falta esclarecer; buscas por suspeito continuam

Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos, abandonou veículo que usava e apareceu em imagens mancando e usando muletas

A Polícia Civil continua a procurar por Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos, suspeito de atacar pelo menos sete mulheres na Zona Leste de São Paulo. O homem abandonou o veículo que usava e foi visto pela última vez, no dia 17 de setembro, entrando em um comércio mancando e usando muletas. Na mesma data, ele chegou a ligar para parentes dizendo que pretendia se entregar, porém, a ligação foi interrompida e o celular ficou fora de área. A investigação não descarta que o suspeito possa ter sido julgado pelo “tribunal do crime”.

Solirano, que está sendo chamado de “maníaco do Uno”, “maníaco do carro” ou “maníaco da Mooca”, é apontado pela polícia como o autor de ataques às mulheres nos bairros do Parque São Lucas, Vila Oratório, na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, no último dia 13 de setembro, entre 17h e 19h.

Câmeras de segurança registraram as ações e também o Uno sem placas que ele usava. Nos vídeos é possível ver que ele pegou nos braços das vítimas e tentou colocá-las no veículo. Apesar de não terem sido abusadas, elas disseram à polícia que não tinham dúvidas que a intenção dele era estuprá-las.

Publicidad

Identificação do suspeito

As investigações avançaram e a polícia conseguiu identificar o suspeito. Conforme a investigação, Solirano, que é natural do Piauí, já foi condenado por um caso de roubo qualificado, ocorrido em 2000. Ele pegou 11 anos de prisão, mas deixou a cadeia em 2009.

O Fiat Uno cinza que ele usava foi encontrado abandonado no dia 18 de setembro, sendo que uma varredura encontrou uma faca, uma chave de fenda e peças de roupas no veículo. Todo o material foi encaminhado para perícia.

Mancando e de muletas

O suspeito foi visto pela última vez no dia 17 de setembro entrando em um comércio, momentos antes de abandonar o Fiat Uno cinza que usava. Em um vídeo de câmeras de segurança, ele apareceu usando muletas, mancando e com o pé enfaixado (veja abaixo):

Nesta mesma data, Solirano ligou para familiares por meio do celular da mãe dele. O homem era quem usava o aparelho e, na ocasião, teria dito que pretendia se entregar às autoridades.

No entanto, a ligação foi interrompida e os parentes não conseguiram mais falar com ele, pois o celular dava sinal de fora de área. Os parentes disseram à polícia que não fazem a menor ideia do paradeiro de Solirano, que estaria “afundado nas drogas”.

O rastreamento do aparelho mostrou que a última localização do celular foi o Jardim Elba. As últimas transações bancárias feitas pelo suspeito por meio do aparelho também ocorreram no mesmo local.

Publicidad

‘Tribunal do crime’

O delegado Ricardo Salvatori, responsável pelas investigações no 57º Distrito Policial da Mooca, a suspeita de que o suspeito possa ter sido julgado pelo “tribunal do crime”, que seria um grupo formado por integrantes de facções criminosas que determinam penas para criminosos, mas não há nada de concreto.

Por enquanto, equipes da delegacia continuam a realizar buscas pelo homem, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça.

Os ataques

Publicidad

Em todas as ocasiões, o homem se aproximou, deu uma chave de braço nas mulheres e tentou empurrá-las para dentro do Uno. Todas as vítimas, com idades entre 11 e 34 anos, conseguiram escapar.

As ocorrências foram registradas como roubo e constrangimento ilegal, tentativa de sequestro e roubo, mas, na medida em que as vítimas foram efetuando denúncias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SS-SP) esclareceu que a natureza dos boletins poderá ser alterada.

Veja abaixo a cronologia dos ataques:

Publicidad

1º ataque: uma mulher de 34 anos caminhava pela Rua Antonio Gomes, no Parque São Lucas, quando foi abordada e agarrada pelo “maníaco do Uno”, por volta das 17h10 do último dia 13. A polícia ainda busca imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado esse caso. Ao fazer a denúncia, no 42º DP do Parque São Lucas, a vítima contou que o homem tentou colocá-la no carro e a ameaçou com uma faca;

2º ataque: uma mulher de 27 anos, que estava em um ponto de ônibus na Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, foi atacada por volta das 17h30 do último dia 13. A jovem contou à polícia que o homem a segurou pelo braço e tentou colocá-la à força dentro do Uno, mas ela conseguiu se soltar e fugiu. A polícia obteve imagens que mostram o ataque e as investigações seguem em andamento como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

Publicidad

3º ataque: uma mulher foi atacada no mesmo ponto de ônibus, por volta das 17h50 do último dia 13, na Vila Oratório. Ela não chegou a procurar a polícia na ocasião, mas, após a repercussão do caso, compareceu ao 57º DP e prestou queixa.

4º ataque: uma estudante de 16 anos caminhava pela Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, quando foi abordada pelo suspeito. A garota disse que o homem anunciou um assalto, falou para ela “não gritar” e logo a segurou e tentou empurrá-la para dentro do Uno. Ela conseguiu se soltar e correu. O caso, que foi registrado no 57º DP como roubo, foi registrado por câmeras de segurança.

5º ataque: uma mulher de 26 anos foi abordada pelo “maníaco do Uno” na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, às 18h40 do último dia 13. Ela caminhava sozinha, na direção de casa, quando o homem a atacou por trás. Ela disse que ele segurou em seu braço e mandou que ela seguisse calada. Quando tentava colocá-la dentro do carro, ela gritou por socorro e conseguiu escapar. O caso também foi registrado como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

Publicidad

6º ataque: um vídeo gravado na noite do último dia 13, na Rua Herwis, na Zona Leste da Capital, registrou mais um ataque do “maníaco”. Nas imagens, o homem aparece tentando agarrar uma mulher que caminhava sozinha. Ela conseguiu se soltar e saiu correndo (veja no vídeo abaixo).

7º ataque: uma criança de apenas 11 anos foi atacada pelo “maníaco” enquanto caminhava pela Avenida Vila Ema, também no último dia 13. A garota também foi segurada pelo braço, mas conseguiu se soltar e correu. A mãe da vítima voltou ao local e pediu imagens de câmeras de segurança de uma moradora, que mostraram o ataque. As imagens foram repassadas à polícia, que segue apurando o caso.

Siga-nos no:Google News

Conteúdo patrocinado

Últimas Notícias