A pouco mais de um mês das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o prefeito democrata muçulmano Amer Ghalib, de Hamtramck, a única cidade liderada por muçulmanos neste país, anunciou seu apoio ao candidato republicano Donald Trump, explicando que o apoia por ser “um homem de princípios”.
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Esta cidade de Michigan, tem pelo menos 60% de sua população composta por imigrantes muçulmanos, principalmente do Iêmen e Bangladesh, conforme o Arab News. Esse percentual demonstra a importância de um líder muçulmano na região apoiar qualquer candidato presidencial, principalmente porque Michigan é um dos sete estados-chave para os resultados eleitorais.
Os muçulmanos de todo o país têm se caracterizado por seu apoio majoritário aos democratas e a Joe Biden, mas agora a surpreendente mudança de opinião do prefeito muçulmano Ghalib a favor de Trump poderia inclinar mais a balança deste setor para os republicanos.
"O presidente Trump e eu podemos não concordar em tudo, mas sei que ele é um homem de princípios", expressou o Prefeito no Facebook, onde enfatizou que sua decisão é "a correta".
Ele continuou afirmando que “embora pareça bem, pode ou não ganhar as eleições e se tornar o 47º presidente dos Estados Unidos, mas acredito que é a escolha certa para este momento crítico. Não vou me arrepender da minha decisão, independentemente do resultado, e estou pronto para enfrentar as consequências”.
Embora tenha pego muitos de surpresa o anúncio do prefeito muçulmano, a verdade é que isso já estava se aproximando, pois na semana passada ele teve uma reunião com Donald Trump.
"Deixe a caravana começar sua jornada, este é apenas o ponto de partida", concluiu Amer Ghalib, que migrou do Iêmen para os Estados Unidos aos 17 anos.
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O Prefeito muçulmano, Donald Trump e Kamala Harris
O Newsweek publicou que, embora nas últimas eleições 86% dos muçulmanos nos Estados Unidos tenham apoiado o democrata Joe Biden, este ano há eleitores que expressaram ‘dúvidas’ em apoiar a candidata deste partido, Kamala Harris.
De acordo com a fonte citada, as dúvidas sobre Harris são devido à sua indignação com a guerra em Gaza. A isso poderia se somar a inclinação da atual Vice-Presidente em defesa do aborto e do casamento igualitário.
No entanto, Donald Trump também teve suas diferenças com os muçulmanos, algo que o próprio prefeito muçulmano Ghalib reconheceu.
A Newsweek relata que durante o mandato do presidente, ele recebeu críticas de grupos de direitos humanos por suas políticas antimuçulmanas, já que em sua administração foi promulgada a chamada ‘proibição muçulmana’ de Trump, que se refere à Ordem Executiva 13769, assinada em janeiro de 2017, oficialmente intitulada ‘Proteger a Nação da Entrada de Terroristas Estrangeiros nos Estados Unidos’, que limitou a entrada de muçulmanos de sete países, como Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. Muitos criticaram Trump por políticas discriminatórias, o que desencadeou batalhas legais.
O Al Jazeera relatou que “em uma pesquisa publicada pelo Conselho de Relações Americano-Islâmicas em agosto, apenas 12% dos eleitores muçulmanos em Michigan expressaram apoio a Harris, com 18% apoiando Trump e 40% apoiando a candidata dos Partidos Verdes, Jill Stein”.