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‘Maníaco do Uno’: suspeito machucou pé ao pular muro e procurou ajuda em hospital; ele segue foragido

Solirano Sousa, 48, apareceu em imagens mancando e usando muletas no dia seguinte ao ataque às mulheres

Polícia identificou o suspeito como Solirano de Araujo Sousa, 48 anos
'Maníaco do Uno' apareceu em imagens de câmeras de segurança andando de muletas; ele segue sendo procurado (Reprodução/Redes sociais/CNN Brasil)

As buscas por Solirano de Araujo Sousa, de 48 anos, suspeito de atacar pelo menos sete mulheres na Zona Leste de São Paulo, continuam em andamento. Policiais fazem uma varredura em hospitais e IMLs das cidades paulistas em buscas de pistas sobre o homem. Na última vez em que foi visto, no dia 17 de setembro, ele estava com o pé enfaixado, mancando e usando muletas (veja no vídeo abaixo). A investigação descobriu que, no dia seguinte ao ataque às vítimas, ele procurou atendimento médico em um hospital e disse que tinha machucado o pé ao pular um muro.

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A ida de Solirano ao hospital ocorreu no último dia 14 de setembro. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, após receber o atendimento, ele foi liberado no mesmo dia. O homem teria dito aos familiares que não tinha sofrido nenhuma agressão e que aquela lesão tinha sido provocada ao pular um muro.

No dia 17 de setembro, quando já estava lesionado, Solirano ligou para familiares por meio do celular da mãe dele. O homem era quem usava o aparelho e, na ocasião, teria dito que pretendia se entregar às autoridades, porém, a ligação foi interrompida e o celular ficou fora de área. O último sinal emitido pelo aparelho indicou que ele estava no Jardim Elba, na Zona Leste da Capital.

Segundo a polícia, as últimas transações bancárias feitas pelo suspeito por meio do aparelho celular também ocorreram no mesmo bairro. Buscas foram realizadas no local, mas até agora o telefone e o suspeito não foram localizados.

O delegado Ricardo Salvatori, responsável pelas investigações no 57º Distrito Policial da Mooca, a suspeita de que Solirano possa ter sido julgado pelo “tribunal do crime”, que seria um grupo formado por integrantes de facções criminosas que determinam penas para criminosos, mas não há nada de concreto.

Já os parentes disseram à polícia que não fazem a menor ideia do paradeiro de Solirano, que estaria “afundado nas drogas”. O suspeito, que é natural do Piauí, já foi condenado por um caso de roubo qualificado, ocorrido em 2000. Ele pegou 11 anos de prisão, mas deixou a cadeia em 2009.

Por enquanto, equipes da delegacia continuam a realizar buscas pelo homem, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é considerado foragido.

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Os ataques

Os ataques ocorreram nos bairros do Parque São Lucas, Vila Oratório, na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, no último dia 13 de setembro, entre 17h e 19h. O agressor apareceu em imagens de câmeras de segurança usando boné vermelho, blusa de moletom com capuz, calça jeans e sapatos.

Em todas as ocasiões, o homem se aproximou, deu uma chave de braço nas mulheres e tentou empurrá-las para dentro do Uno. Todas as vítimas, com idades entre 11 e 34 anos, conseguiram escapar.

As ocorrências foram registradas como roubo e constrangimento ilegal, tentativa de sequestro e roubo, mas, na medida em que as vítimas foram efetuando denúncias, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SS-SP) esclareceu que a natureza dos boletins poderá ser alterada.

Veja abaixo a cronologia dos ataques:

1º ataque: uma mulher de 34 anos caminhava pela Rua Antonio Gomes, no Parque São Lucas, quando foi abordada e agarrada pelo “maníaco do Uno”, por volta das 17h10 do último dia 13. A polícia ainda busca imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado esse caso. Ao fazer a denúncia, no 42º DP do Parque São Lucas, a vítima contou que o homem tentou colocá-la no carro e a ameaçou com uma faca;

2º ataque: uma mulher de 27 anos, que estava em um ponto de ônibus na Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, foi atacada por volta das 17h30 do último dia 13. A jovem contou à polícia que o homem a segurou pelo braço e tentou colocá-la à força dentro do Uno, mas ela conseguiu se soltar e fugiu. A polícia obteve imagens que mostram o ataque e as investigações seguem em andamento como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

Suspeito ainda é procurado pela polícia.
Jovem de 27 anos foi abordada por 'maníaco do Uno' em ponto de ônibus, na Vila Oratório, na Zona Leste de SP (Reprodução/TV Globo)

3º ataque: uma mulher foi atacada no mesmo ponto de ônibus, por volta das 17h50 do último dia 13, na Vila Oratório. Ela não chegou a procurar a polícia na ocasião, mas, após a repercussão do caso, compareceu ao 57º DP e prestou queixa.

4º ataque: uma estudante de 16 anos caminhava pela Rua Manoel Onha, na Vila Oratório, quando foi abordada pelo suspeito. A garota disse que o homem anunciou um assalto, falou para ela “não gritar” e logo a segurou e tentou empurrá-la para dentro do Uno. Ela conseguiu se soltar e correu. O caso, que foi registrado no 57º DP como roubo, foi registrado por câmeras de segurança.

5º ataque: uma mulher de 26 anos foi abordada pelo “maníaco do Uno” na Avenida Sapopemba, na Vila Regente Feijó, às 18h40 do último dia 13. Ela caminhava sozinha, na direção de casa, quando o homem a atacou por trás. Ela disse que ele segurou em seu braço e mandou que ela seguisse calada. Quando tentava colocá-la dentro do carro, ela gritou por socorro e conseguiu escapar. O caso também foi registrado como “constrangimento ilegal” no 57º DP.

6º ataque: um vídeo gravado na noite do último dia 13, na Rua Herwis, na Zona Leste da Capital, registrou mais um ataque do “maníaco”. Nas imagens, o homem aparece tentando agarrar uma mulher que caminhava sozinha. Ela conseguiu se soltar e saiu correndo (veja no vídeo abaixo).

7º ataque: uma criança de apenas 11 anos foi atacada pelo “maníaco” enquanto caminhava pela Avenida Vila Ema, também no último dia 13. A garota também foi segurada pelo braço, mas conseguiu se soltar e correu. A mãe da vítima voltou ao local e pediu imagens de câmeras de segurança de uma moradora, que mostraram o ataque. As imagens foram repassadas à polícia, que segue apurando o caso.

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