Na madrugada desta terça-feira, Israel iniciou uma operação terrestre no sul do Líbano contra alvos militares do Hezbollah, abrindo uma nova frente em sua guerra contra o grupo político-militar libanês, ao qual na sexta-feira infligiu um duro golpe ao matar em um ataque aéreo em Beirute o líder Hassan Nasrallah.
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As forças militares asseguraram que a incursão será “limitada e localizada” e a NBC News afirmou que duraria “dias e não semanas” em uma área geográfica restrita.
Num breve anúncio, Israel informou que estava atacando alvos do Hezbollah em áreas próximas à fronteira israelense, e que unidades da força aérea e artilharia estavam realizando ataques em apoio às forças terrestres.
"Algumas horas atrás, as IDF iniciaram incursões terrestres limitadas, localizadas e seletivas", dizia o comunicado. "Estes objetivos estão localizados em aldeias próximas à fronteira e representam uma ameaça imediata para as comunidades israelenses no norte de Israel".
A incursão ocorreu logo após ter sido aprovada pelos líderes políticos israelenses, conforme relatado pela The Associated Press.
Até que ponto pode chegar a operação israelense no Líbano?
Embora Israel não tenha fornecido detalhes sobre os objetivos, diversos analistas preveem que poderia chegar até o rio Litani, localizado a cerca de 30 quilômetros da fronteira, com o objetivo de afastar o Hezbollah e sua artilharia.
Segundo o New York Times, citando três funcionários israelenses, o plano de invasão envolvia operar em uma estreita faixa de terra que faz fronteira com o lado norte da fronteira. Eles também afirmaram que as forças envolvidas nesta invasão eram compostas por pequenos grupos de comandos, mas que o plano poderia evoluir para uma invasão maior.
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Ainda não há relatos de confrontos diretos entre as tropas israelenses e os militantes do Hezbollah, que lutaram por um mês em solo libanês na guerra de 2006.
Qual é o objetivo do ataque de Israel?
Israel e o Hezbollah têm trocado tiros quase todos os dias desde o início da guerra em Gaza, deslocando dezenas de milhares de pessoas em Israel e no Líbano.
Israel diz que continuará atacando o Hezbollah até que seja seguro para as famílias retornarem às suas casas perto da fronteira com o Líbano.
Na segunda-feira, o Hezbollah prometeu continuar lutando mesmo depois que seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e outros altos funcionários foram recentemente eliminados em ataques israelenses. O líder interino do grupo, Naim Kassem, disse em uma declaração televisada que, se Israel decidir lançar uma ofensiva terrestre, o Hezbollah está pronto e que os comandantes mortos nas últimas semanas já foram substituídos.
O homem que provavelmente assumirá a liderança da organização é Hashem Safieddine, primo de Nasrallah, que supervisiona os assuntos políticos do Hezbollah.
Os ataques israelenses nas últimas semanas atingiram o que o exército diz ser milhares de alvos militantes em grande parte do Líbano. Mais de 1000 pessoas morreram nas últimas duas semanas, quase um quarto delas mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde.
Nesta segunda-feira, o Hamas anunciou que seu comandante-chefe no Líbano, Fatah Sharif, morreu junto com sua família em um ataque aéreo no campo de refugiados de Al-Buss, na cidade portuária do sul de Tiro. O exército israelense confirmou que o atacou.