Duas mulheres seguem desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação na “Garganta do Diabo”, que fica entre a Ilha Porchat e a Praia de Paranapuã, em São Vicente, no litoral de São Paulo, e as buscas continuam. Cinco pessoas foram resgatadas com vida, sendo que duas jovens contaram como conseguiram sobreviver, mesmo não sabendo nadar.
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Uma delas é a estudante Camila Alves, de 20 anos, que disse ao site G1 que o grupo estava em uma festa em uma lancha. Quando eles voltavam à terra, em um barco menor, houve o naufrágio. “A gente tentou subir no barco, só que ele afundou. Aí, um menino conseguiu espalhar coletes e galões de gasolina”, relatou.
Mesmo pegando um colete, ela disse que a correnteza estava muito forte e não conseguiu vesti-lo. A solução foi se jogar em direção a uma região tomada por pedras. “A gente via que não ia aguentar por muito tempo, bater o pé e engolir muita água. A nossa solução foi se jogar nas pedras para tentar se agarrar e se salvar”, recordou.
“A gente nasceu de novo, o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] falou para a gente. Estava muito forte [as ondas], a gente quase morreu. A gente não sabia nadar”, disse Camila.
Já a autônoma Vanessa Audrey, de 34 anos, contou que conseguiu se agarrar ao colete de uma jovem que ela não conhecia e também acabou sendo jogada na área perto das pedras. Lá, ela viu pessoas na Ilha Porchat e começou a gritar desesperada pedindo socorro.
“Chegou um momento na água que ninguém conseguia ver ninguém. Estava lutando pela vida”, recordou ela, que disse que um homem a viu e acionou o resgate.
As duas jovens tinham lesões pelo corpo e receberam atendimento médico após serem resgatadas. Outras duas pessoas que sobreviveram também foram atendidas, sendo que a quinta se recusou a ser avaliada.
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Já Beatriz Tavares da Silva Faria, de 27 anos, e Aline Tamara Moreira de Amorim, de 37, seguem desaparecidas. A equipe da Estação de Bombeiros Guarda-Vidas de São Vicente segue realizando buscas por elas.
O naufrágio
A embarcação naufragou na noite de domingo (28), na região conhecida como “Garganta do Diabo”, em função dos altos riscos gerados pela forte correnteza.
Os bombeiros foram acionados por volta das 19h20 por moradores da Ilha do Porchat que viram a embarcação naufragar. Três viaturas foram enviadas ao local para a operação de resgate, que também contou com apoio da Marinha do Brasil.
No local, os socorristas encontraram três mulheres e dois homens à deriva. Os resgatados contaram que mais duas mulheres que estavam com eles, mas elas não foram achadas no local. Assim, foram realizadas buscas ainda durante a noite, mas sem sucesso. Os trabalhos seguem em andamento.
Não há informações sobre o que provocou o naufrágio. O caso é investigado pela Polícia Civil, que deve colher o depoimento dos sobreviventes nos próximos dias.