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Suzane Richthofen tenta reduzir sessões de acompanhamento psicológico, mas Justiça nega

Em regime aberto desde janeiro de 2023, ela tem que fazer terapias com psicólogos e psiquiatras

Ela contratou uma nova defensora
Suzane ex-Richthofen tentou reduzir sessões de acompanhamento com psicólogos e psiquiatra, mas pedido foi negado (Reprodução)

Suzane von Richthofen, de 41 anos, condenada a 40 anos de prisão por matar os pais, que agora se chama Suzane Louise Magnani Muniz, tentou reduzir o acompanhamento psicológico que precisa fazer para seguir em regime aberto, mas a Justiça de São Paulo negou. Ela faz terapia semanal com psicólogos e mensal com psiquiatra e queria um espaçamento maior dessas sessões, mas não foi atendida.

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A ex-presidiária cumpre pena em liberdade desde janeiro de 2023 e, uma das condições para a manutenção do benefício, é exatamente esse acompanhamento psicológico. Ela pediu que as sessões com psicólogos passassem a ocorrer apenas uma vez por mês e, com psiquiatra, a cada três meses.

A defesa argumentou que Suzane tem seguido o devido acompanhamento no Sistema Único de Saúde (SUS) em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, onde mora, “comparecendo pontualmente a todos os atendimentos agendados, mostrando-se tranquila, sem queixas, adaptada a sua rotina de estudante de Direito, cuidados maternos, gerenciamento do lar, bem como, tem lidado de forma resiliente aos eventuais assédios”.

Porém, o Ministério Público de São Paulo se manifestou contra a redução do acompanhamento psicológico e o caso foi analisado pela 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em segunda instância, o desembargador Damião Cogan negou a solicitação da condenada.

O magistrado ressaltou na decisão, publicada na última sexta-feira (27), que “o resultado dos atendimentos tem sido positivo para a ressocialização e recuperação da agravada (...) entendo não ser caso, por ora, de alteração das condições e período de atendimento psicológico e psiquiátrico já estabelecido”.

Cogan disse, ainda, que Suzane “vem demonstrando interesse na reinserção social, com gerenciamento positivo nos aspectos pessoais como cuidados maternos e rotina de estudos, ausentes alterações psicopatológicas o que deve ser entendido também como fruto/resultado do bom trabalho realizado pela Secretaria de Saúde no presente caso, o que justifica sua manutenção.”

A defesa da ex-presidiária não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Nova vida no interior

Após sair da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba para seu ateliê de costura. Agora, vive com o marido, o médico Felipe Zecchini Muniz, em um condomínio em Bragança Paulista e se tornou mãe.

Ela deu à luz o primeiro filho no último dia 26 de janeiro deste ano, em um hospital de Atibaia, também no interior paulista, onde o médico trabalha. Para evitar o assedio, foi montada uma verdadeira “operação de guerra” na unidade de saúde, com ameaça de demissão aos funcionários que vazassem a informação sobre o parto. No início deste ano, ela também voltou a cursar Direito.

No começo deste mês, Suzane voltou a ser notícia depois que prestou concurso para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ela concorre ao cargo de escrevente, cujo salário mensal é de R$ 6.043. Se for aprovada, corre o risco de não tomar posse em função dos seus antecedentes criminais. Porém, existem precedentes judiciais que podem ajudá-la a garantir o emprego.

Casal mora no interior de SP
Médico Felipe Zecchini Muniz e Suzane Richthofen se casaram e são pais de um menino (Reprodução/Redes sociais)

Morte do casal Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do casal. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2002.

Logo depois do início das investigações, a jovem foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

A primeira vez que Suzane deixou a Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo, foi em março de 2016, depois de conquistar o regime semiaberto e ter direito a uma saída temporária de Páscoa. Em setembro do ano passado ela obteve mais uma “saidinha temporária”, quando chamou a atenção por conta da aparência. Bem vestida, ela virou alvo de várias publicações nas redes sociais.

Ela tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início de 2023, ela finalmente conseguiu o benefício.

Suzane ao lado do irmão, Andreas, e dos pais: Marísia e Manfred

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