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Por ordem de Maduro, o Natal já começou na Venezuela, com decorações, luzes e pinheiros nas ruas

Decisão de antecipar celebrações foi anunciada em meio a questionamentos sobre eleições presidenciais

Caracas, Venezuela
Natal na Venezuela Decorações de Natal em Caracas, na noite de 1º de outubro (Ariana Cubillos/AP)

Com os primeiros raios de sol, os venezuelanos se depararam na terça-feira com as ruas e avenidas repletas de brilhantes enfeites, pinheiros e coroas de Natal, criando um cenário incomum em várias cidades, depois que o presidente Nicolás Maduro decretou o adiantamento do Natal a partir de 1º de outubro.

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A todo vapor, nas últimas quatro semanas, o governo se preparou para colocar as decorações e estar pronto para acender as luzes na noite de terça-feira, muito antes do que é costume começar as celebrações de Natal.

Por que Maduro decretou antecipar o Natal na Venezuela?

A decisão de iniciar as celebrações mais cedo foi anunciada por Maduro em 2 de setembro, em meio a questionamentos sobre as eleições presidenciais em que tanto o governo quanto a oposição reivindicam a vitória.

Desde que assumiu a presidência em abril de 2013, não é a primeira vez que o presidente antecipa essa celebração. Em 2019, 2020 e 2022, ele decidiu que as ruas seriam decoradas mais de dois meses antes da data oficial da festa. Além disso, foram organizados concertos e festas em parques públicos.

Após o anúncio de Maduro, a Igreja Católica rejeitou o uso político do Natal.

"A forma e o tempo de sua celebração competem à autoridade eclesiástica. Esta festividade não deve ser usada para fins propagandísticos ou políticos particulares", destacou a Conferência Episcopal Venezuelana em um comunicado divulgado em suas redes sociais.

A gratificação de Natal será melhorada?

O anúncio de antecipar o Natal foi recebido com desconfiança. Muitos não acreditam que os salários ou o valor dos bônus de Natal irão melhorar - o bônus de fim de ano que costumava ser a principal fonte de renda - usado para cobrir os gastos das festas, incluindo a preparação da hallaca, um bolo de farinha de milho recheado com um guisado com vários tipos de carnes e frutas como azeitonas, que para os venezuelanos simboliza o Natal.

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O chamado ‘aguinaldo’, que na Venezuela seria o equivalente ao nosso 13º, é obrigatório por lei, mas cada vez rende menos. Antes da chegada de Hugo Chávez ao poder - antecessor e mentor de Maduro - era suficiente para comprar roupas novas, presentes ou os ingredientes para a ceia de Natal e Ano Novo. Agora não.

Na Venezuela, onde os salários são fixados em bolívares e os preços têm como referência seu valor em dólares, os produtos básicos, especialmente alimentos, estão sofrendo aumentos sucessivos. Como em anos anteriores, existem famílias que não sabem se poderão comprar os ingredientes para os pratos típicos de Natal, especialmente os mais caros, como a carne de porco, que custa US$ 11,90 por quilo com osso e US$ 18,53 sem osso.

O valor do salário mínimo recebido por milhões de venezuelanos, que permanece inalterado desde março de 2022, é de 130 bolívares por mês, cerca de US$ 3,52 , enquanto a renda média no setor privado, que tem melhorado nos últimos anos, é de aproximadamente US$ 224 por mês.

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