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Médico responsável por suposto prontuário de cocaína sobre Boulos está morto, segundo CFM

O receituário foi publicado por Marçal (PRTB) e a assinatura do médico difere de documento autenticado.

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Médico responsável por suposto prontuário de cocaína sobre Boulos está morto, segundo CFM (Reprodução/SBT)

Pablo Marçal (PRTB) publicou um receituário datado 19 de janeiro de 2021, nesta sexta-feira (4), apontando um suposto atendimento de Guilherme Boulos (PSOL) em uma clínica em surto psicótico em decorrência do uso da cocaína.

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De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), José Roberto de Souza, médico responsável pela assinatura do documento, tem o cadastro médico inativo e já morreu.

Segundo o documento publicado pelo rival das eleições 2024, Boulos apresentava um “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, além de ter “apresentado período de confusão mental e episódio de agitação”, somado a um exame toxicológico indicando o uso de cocaína.

Em defesa, Boulos afirmou que o dono da clínica, Luiz Teixeira, é apoiador de Marçal e falsificou o receituário. Uma apuração do g1 também aponta que o emissor do laudo já foi condenado por falsificar diploma de curso de medicina e ata de colação de grau. Além disso, no receituário, o RG do candidato do PSOL está incorreto, constando um número a mais.

“Primeiro, o dono da clínica do documento que ele publica tem um vídeo com o Pablo Marçal. É apoiador dele, que nós vamos publicar aqui no meu Instagram esse vídeo assim que eu terminar a live. Falsificou o documento dele, usando um CRM de um médico que faleceu há dois anos, para que ninguém possa ser responsabilizado como médico”, disse o candidato do PSOL por meio das redes sociais.

Boulos (PSOL) ainda comunicou que vai pedir a prisão de Pablo Marçal, além da cassação da candidatura do oponente à Prefeitura de São Paulo.

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Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza também relatou ao GLOBO que não reconhece a assinatura que consta no documento divulgado por Marçal. Ela compartilhou imagens de um certificado de conclusão de um curso feito no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), avalizado pelo médico.

“Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: ‘Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar’. Quando vi aquela assinatura [no laudo], isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele” relatou Iolanda Rodrigues ao GLOBO.

A assinatura do receituário publicado por Marçal também se difere de uma procuração em um processo de José Roberto de Souza no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), conforme autenticidade verificada pelo Tribunal e UOL.

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