Prestes a enfrentar o júri popular pela morte do ator Rafael Miguel e seus pais, Paulo Cupertino, que afirma ser inocente, agora apresenta uma nova versão sobre o caso. Em entrevista ao portal “Metrópoles”, o advogado Alexander Neves Lopes, que defende o empresário, relatou que seu cliente afirma que viu quem cometeu os assassinatos.
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“Ele me relata que viu quem atirou, mas não sabe quem é. Ele achou a situação complicada e com medo saiu do local”, disse o advogado, que ressaltou que agora “cabe à Polícia Civil” descobrir a identidade do suposto criminoso.
Cupertino, que é réu por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, está com júri popular marcado para começar às 13h desta quinta-feira (10), no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. Dois amigos acusados de o ajudarem na fuga também serão julgados na ocasião.
O defensor afirma que vai apresentar no julgamento a tese do seu cliente, sobre o suposto assassino do ator, e destacou que ele “se equivocou” ao não ter falado sobre isso antes. Quando foi ouvido durante o processo, Cupertino preferiu se manter em silêncio.
Por enquanto, o homem segue preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Relembre o caso
O MP-SP afirma que Cupertino cometeu os assassinatos na frente da casa onde Isabela Tibcherani Matias morava com a mãe, no bairro Pedreira, Zona Sul de São Paulo, no dia 9 de junho de 2019. Segundo a acusação, o empresário chegou armado e atirou em Rafael Miguel e contra os pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. A motivação foi porque ele não aceitava o namoro de sua filha com o ator.
Isabela e sua mãe presenciaram o crime, mas não ficaram feridas. O empresário fugiu na sequência e passou três anos foragido, sendo que nesse período ele se escondeu em outros estados e até em outros países. Ele só foi preso no dia 17 de maio de 2022, escondido em um hotel na capital paulista.
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De acordo com as investigações do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, pelo menos quatro amigos ajudaram Cupertino na fuga. Porém, apenas dois deles tiveram as participações comprovadas pela polícia e respondem ao processo.
Testemunhas no júri
Isabela e a mãe devem ser testemunhas no júri popular, mas a jovem pediu para ser ouvida de forma virtual, pois não quer estar na presença do pai. A solicitação foi negada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), mas foi acatada uma recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para que Cupertino seja retirado durante as oitivas de mãe e filha.
Conforme o portal “Metrópoles”, a promotora Soraia Bicudo Simões Munhoz destacou que seu pedido decorre do “fundado temor e evidente constrangimento” de Isabela e Vanessa estarem no mesmo recinto que Cupertino, pelo fato de que elas presenciaram o momento em que o empresário matou Rafael Miguel e seus pais.