Uma transmissão online feita no canal “Livestream Events” mostra o avanço do furacão Milton pela Flórida, nos Estados Unidos. As câmeras de segurança, instaladas em diferentes pontos, mostram o mar agitado e o vento forte balançando as árvores (assista abaixo). A expectativa é que o fenômeno, que agora está classificado na categoria 4 (na escala que vai até 5), deve atingir a costa oeste do estado ainda na noite desta quarta-feira (9).
O furacão Milton, que pode ser um dos piores dos últimos 100 anos, tem ventos que passam dos 200 km/h e deve gerar inundações nunca vista nas cidades. Autoridades emitiram avosos para que todos os moradores da região evacuem suas casas o mais rápido possível: “Se você não saírem, vão morrer”.
O fenômeno havia sido rebaixado a uma categoria 4, mas ele se intensificou rapidamente em um período de quatro horas, tornando-se uma tempestade de categoria 5. Agora, voltou a ser classificado como 4, mas sua capacidade destrutiva deverá ser enorme.
A expectativa é que ele enfraqueça ligeiramente para uma tempestade de categoria 3 quando atingir a costa na região da Baía de Tampa, mas ainda assim pode causar muitos estragos.
O presidente Joe Biden declarou estado de emergência na Flórida e 7 mil funcionários federais já foram acionados para ajudar no que é considerado uma das maiores mobilizações na história do estado.
Ele pediu que a população deixe a região. “É uma questão de vida ou morte, e isso não é exagero”, disse o presidente, na Casa Branca. “Evacuem agora, agora, agora”, ressaltou.
‘Cena de filme’
A paulista Ana Paula Crescencio de Souza, que mora há dois anos em Tampa, a cidade que está bem na mira do fenômeno, contou que vivencia uma cena que “parece filme”, com pessoas deixando suas casas e supermercados sem alimentos.
Em entrevista ao site G1, Ana disse que teve que deixar sua casa no bairro Westshore às pressas, na segunda-feira (7), pois foi informada sobre os riscos.
“O nosso condomínio tem quatro famílias brasileiras. A gente se juntou e fomos para outra cidade. Ao todo somos em 10 pessoas. Se piorar para cá, a gente vai sair e vamos subindo [o estado]. Mas está todo mundo apreensivo porque largamos as nossas casas. Eu ainda estou mais apreensiva por morar no térreo. Corre risco de perder tudo, né? Moramos bem na área vermelha”, contou.
Segundo a paulista, as saídas das cidades estão bem tumultuadas e já há locais sem gasolina para abastecimento. A busca por alimentos também virou uma verdadeira saga.
“Gastamos cinco horas para chegar em Saint Cloud. Peguei só documentos, alimentos e água. Os que estão aqui comigo já foram ao mercado para abastecer a despensa. E os mercados estão lotados e está pior porque estamos sofrendo também com a greve dos portos. Antes do furacão, os americanos já estavam abastecendo suas casas por esse motivo. Aí veio o furacão. Gasolina, água e alimentos enlatados sumiram. Nem colchão inflável estamos encontrando e na casa onde conseguimos ficar não tem [colchões para todos]”, afirmou.