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Golpe do seguro de vida: entenda como moradora de rua foi morta em esquema para sacar R$ 4 milhões

Luciene Gomes foi achada sem vida com RG fixado no corpo; suspeito foi preso e detalhou ação de quadrilha

Suspeito de planejar o crime foi preso.
Luciene da Silva Gomes, de 32 anos, que vivia em situação de rua, foi morta em esquema para fraudar seguro de vida, no RJ (Reprodução)

A Polícia Civil desvendou um esquema para aplicar golpes em seguro de vida que resultou na morte de Luciene da Silva Gomes, de 32 anos, que vivia em situação de rua. O corpo da mulher foi achado em fevereiro deste ano em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com sinais de facadas e com o RG fixado às roupas. O caso era apurado desde então, mas só agora o suspeito Hitler da Silva Ângelo foi preso e detalhou que a vítima foi usada por uma quadrilha visando o saque de R$ 4 milhões.

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Conforme a investigação, os bandidos fixaram o documento no corpo da vítima exatamente para garantirem que ela seria prontamente identificada. Dessa forma, eles não teriam dificuldade para sacar o seguro de vida que tinha sido feito no nome dela. Esse fato intrigou os investigadores, que também suspeitaram da ação de vários advogados que procuraram a delegacia para ter acesso a laudos e registro de ocorrência.

Assim, os agentes levantaram a hipótese de fraude bancária e descobriram que dois seguros de vida no nome de Lucilene, totalizando os R$ 4 milhões, foram contratados cerca de 20 dias antes dela ser achada morta. Como beneficiários, apareciam duas pessoas: um morador de rua e uma mulher, que não eram conhecidos pelos parentes da vítima.

A polícia descobriu que os seguros de vida foram contratados virtualmente, mas o pagamento da primeira cota foi feita em um caixa eletrônico de um banco que fica no Shopping Nova América, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Nas imagens de câmeras de segurança apareceu um homem, que usava uma camisa do Fluminense.

Graças a uma tatuagem no braço esquerdo, Hitler acabou sendo identificado como o suspeito. Além disso, ao contratar os seguros, o homem cometeu uma “falha” e forneceu o e-mail pessoal.

Esquema resultou na morte de moradora de rua, no RJ
Suspeito de golpe em seguro de vida, identificado como Hitler Ângelo, apareceu em caixa eletrônico fazendo pagamento e isso ajudou na identificação (Reprodução)

Prisão do suspeito

Hitler passou a ser procurado e foi preso na última quarta-feira (9), na casa em que morava, no Cachambi, por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) em Pilares.

A polícia diz que foi o homem quem planejou o golpe do seguro usando Lucilene. Ao ser preso, ele confirmou detalhou o esquema, mas negou ter matado a vítima. Porém, ele foi indiciado por homicídio qualificado, além de tentativa de estelionato.

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“Ela foi morta em um local completamente diferente do habitual. E em um local desguarnecido de câmeras e de uma série de outras coisas que são favoráveis à investigação. Independente dele [Hitler] ser o executor do homicídio, ele entra como um autor intelectual. A vítima só morreu por conta desse seguro de vida contratado”, afirmou a delegada Luciana Fonseca, responsável pelo caso, em entrevista ao jornal “O Globo”.

Hitler já tinha sido preso em 2023 suspeito de chefiar uma organização criminosa envolvida em estelionato e falsificação de empréstimos. Ele passou um mês preso, mas acabou solto e voltou a aplicar golpes.

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