O jovem Hariel Borges da Silva, de 18 anos, preso após esfaquear e arrancar o olho do avô, Oswaldi da Silva, de 77, em Santos, no litoral de São Paulo, em julho passado, virou réu no caso. Ele foi denunciado pelo Ministério Público pelo ataque violento ao idoso, o que foi acatado pela Justiça. A Promotoria pediu que ele seja mantido em reclusão até o julgamento e também que passe por uma verificação de sanidade mental.
O rapaz virou réu na última quinta-feira (10), quando a Justiça deu um prazo de 10 dias para que ele se manifeste sobre o caso. A defesa dele não foi encontrada pela reportagem para comentar o assunto até esta publicação.
O ataque a Oswaldi ocorreu no dia 24 de julho deste ano, no apartamento da família, localizado na Rua Frei Francisco Sampaio, no bairro Aparecida. Na ocasião, o rapaz queria pegar o carro para sair de casa, mas o idoso não permitiu e acabou sendo violentamente ferido. Hariel foi preso e, ao prestar depoimento, disse que “ouviu vozes” quando atacou o avô com facadas e também com golpes usando um notebook.
A Polícia Militar foi acionada e, no local, os agentes encontraram Hariel “completamente descontrolado”, sendo que foi preciso o uso de taser para contê-lo.
O idoso ficou gravemente ferido e foi levado ao Pronto-Socorro da Santa Casa de Santos, onde ficou internado com quadro considerado grave. Ele apresentava marcas de facadas em várias partes do corpo e, além de ter um olho arrancado, estava com o rosto desfigurado. Após passar mais de 10 dias internado, ele recebeu alta médica e, desde então, se recupera em casa.
Uso de maconha
A mãe de Hariel contou que o rapaz foi criado pelo avós maternos, mas há um ano a avó morreu e ele estreitou a relação com o avô. Porém, quando o idoso descobriu que o rapaz usava o entorpecente, eles começaram a ter atritos e o comportamento do jovem passou a ser agressivo.
“Ele estava apresentando comportamento muito estranho de depressão, ela [mãe] fala. Mas, depois, ligando os pontos e depois de ouvir todo mundo, eu sei que é por conta da maconha”, disse a delegada Liliane Doretto, em entrevista ao site G1.
Ainda segundo o relato da mãe à polícia, o rapaz queria integrar o Tiro de Guerra, que é o centro de formação para reservistas do Exército Brasileiro. Ele tinha, inclusive, uma entrevista marcada para 19 de agosto. “Ele tinha o sonho de entrar para o Exército. A mãe falou isso para mim: que ele estava ansioso, muito ansioso para esse dia chegar”, relatou a delegada.