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Preocupada com segurança e casamento em vista: mãe fala sobre planos de engenheira morta por rolo compressor

Rafaela Araújo, 27, prestava serviços em obra da Petrobras no RJ, quando foi atropelada e não resistiu

Corpo dela é velado em Suzano, na Grande SP
Engenheira Rafaela Martins de Araujo, de 27 anos, morreu após ser atropelada por um rolo compressor em uma obra da Petrobras, em Macaé, no RJ (Reprodução/Redes sociais)

A família da engenheira Rafaela Martins de Araujo, de 27 anos, que morreu após ser atropelada por um rolo compressor em uma obra da Petrobras, em Macaé, no Rio de Janeiro, segue abalada com a perda. A mãe dela, a comerciante Andreia Martins, contou que elas trocaram mensagens poucas horas antes do acidente, quando a filha disse que a amava. No fim de semana anterior, elas estiveram juntas em um casamento e a engenheira revelou que pretendia se casar em janeiro de 2025.

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“Ela estava tão feliz naquele dia: ela e o companheiro, Milton, decidiram que iriam oficializar o casamento em janeiro e teriam um filho. Eles já moravam juntos há quatro anos. Foi uma alegria imensa”, disse Andreia, em entrevista ao site UOL.

A mãe disse que a filha era uma excelente profissional e estava sempre preocupada com a segurança das obras. Formada em engenharia civil pela Universidade de Mogi das Cruzes, ela era contratada da MJ2 Construção e Manutenção de Dutos Ltda e, atualmente, prestava serviços para a Petrobras.

“Ela tinha só 27 anos, ia fazer 28 agora, em dezembro. Se formou novinha e já trabalhava na área há três anos. Sempre falava da paixão dela pelo trabalho”, disse Andreia, que ressaltou que a filha prezava por seguir os protocolos nas obras.

A comerciante lamentou a falta de apoio das empresas após a morte de Rafaela e disse que a família teve que arcar com os custos para o traslado do corpo até Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, onde foi realizado o enterro.

“Foi muito difícil, muito burocrático. O corpo dela saiu do Rio à meia-noite e chegou aqui em Suzano às 9h. Eu paguei tudo sozinha, um total de R$ 17,6 mil. Não tivemos nenhuma ajuda da Petrobras ou da MJ2 Construções. Eles não me deram nenhuma assistência”, desabafou.

A genitora afirma que segue bastante abalada com o que aconteceu. “Continuo muito ruim, ainda não consigo entender. Ela estava aqui comigo, feliz, se preparando para a vida. E agora ela se foi, do jeito mais cruel”, lamentou.

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Família ainda tenta aceitar o que aconteceu
Engenheira Rafaela Martins de Araújo, de 27 anos, ao lado da mãe, a comerciante Andreia Martins; jovem morreu ao ser atropelada por rolo compressor em obra (Reprodução/Arquivo pessoal)

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O que dizem os envolvidos?

Procurado pela reportagem, Jamil Mansur, dono da MJ2 Engenharia, lamentou a morte da engenheira e disse que ela mais do que uma colaboradora, mas também uma amiga. Ele ressaltou que a empresa deu o suporte aos familiares, mas que o seguro funerário não foi acionado “pois o processo iria demorar”.

Apesar disso, Mansur garantiu que a equipe jurídica da empresa vai se reunir com a família de Rafaela para o devido reembolso. “O marido dela, que esteve todo o tempo comigo e trabalha junto na empresa, sabe que todo valor será reembolsado”, disse o empresário ao UOL.

Já a Petrobras só se manifestou após o atropelamento, quando lamentou a morte da engenheira e ressaltou que ela era prestadora de serviços. “A trabalhadora foi socorrida e transportada para a UPA Lagomar (local mais próximo), onde foi constatado óbito. A família da vítima está recebendo assistência da Petrobras e da empresa MJ2. A Petrobras comunicou os órgãos competentes e irá formar uma comissão para investigar as causas do triste ocorrido”, destacou a estatal.

Relembre o caso

Rafaela acompanhava uma obra no Terminal de Cabiúnas, no último dia 7 de outubro, quando foi atropelada pelo rolo compressor. A jovem foi socorrida e levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas faleceu pouco tempo depois.

Já o condutor do rolo compressor ficou muito abalado emocionalmente e precisou ser internado. Não há mais detalhes sobre o estado de saúde dele.

O delegado Pedro Emílio Braga, da 123ª DP (Macaé), que investiga o caso, disse ao jornal “O Globo” que, até o momento, a falha mecânica é apontada como a principal hipótese. “Até agora, após a realização das oitivas da testemunhais presencias do evento, a principal hipótese é de falha mecânica. Contudo, precisamos ainda de mais elementos para definir se houve alguma negligência ou imperícia relevante à causação do resultado”, disse.

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) informou que criou uma comissão para acompanhar o caso. “Queremos saber o que aconteceu. Se houve falha do condutor”, destacou o coordenador geral da entidade, Sérgio Borges Cordeiro.

O sindicalista destacou que o rolo compressor seguia para o abastecimento quando houve o atropelamento e a vítima caminhava em uma área considerada segura, porém, não havia uma separação de acesso para pedestres e máquinas.

Rafaela Martins de Araújo
Engenheira Rafaela Martins de Araújo, de 27 anos, morreu após ser atropelada por rolo compressor em obra da Petrobras, no RJ (Reprodução/Redes Sociais)

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