A Enel Distribuição SP anunciou na manhã desta quinta-feira (17) que restabeleceu a energia para os afetados pelo apagão ocorrido após o temporal da última sexta-feira (11), em São Paulo. Um balanço apresentado pelo presidente da companhia, Guilherme Lencastre, apontou que 3,1 milhão de pessoas ficaram no escuro. Apesar de garantir que a situação foi resolvida, 36 mil clientes seguem sem luz, mas a empresa diz que esse número é muito próximo da operação normal.
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“Neste momento estamos com 36 mil clientes sem energia, isso significa uma operação muito próxima da normalidade do nosso negócio. Nós temos 8,2 milhões de clientes. Numa operação normal oscila entre esse patamar 36 ou pouco mais. Continuamos nossa força de tarefa mobilizada, atuando em campo. É possível que tenham casos de clientes mais antigos e esses são os prioritários que vamos estabelecer agora”, explicou Lencastre, em entrevista coletiva nesta manhã.
Ele disse que a empresa continua trabalhando para resolver a situação dos que seguem no escuro. “O que a gente tem hoje são casos registrados a partir do dia 13, mas nenhum registrado nos dias 11 e 12 [imediatamente pós temporal]. Pode haver casos específicos [de gente sem luz desde sexta (11)] e nós vamos avaliar e, nas próximas horas, atacar com prioridade os clientes que estão mais tempo sem energia”, ressaltou.
Inicialmente a empresa informou que eram mais de 2 milhões de clientes afetados, mas esse número foi revisado.
“Foram 3,1 milhões de clientes que ficaram sem energia durante o momento inicial da ocorrência. Até agora a gente vinha comentando que 2,1 milhões tinham sido impactados. Durante os últimos dias nós pudemos apurar que desde às 19h do dia 11, até 23h59 do mesmo dia 11, clientes que ficaram sem energia tiveram a sua energia restabelecida. Portanto, às 23h59 do dia 11 chegamos a uma fotografia de 2,1 milhões de clientes. Durante essas quatro horas a gente identificou que na verdade 3,1 milhões ficaram sem energia, 1 milhão a mais”, disse o presidente da Enel.
Segundo Lencastre, o apagão registrado desde o último dia 11 foi o mais grave enfrentado pela empresa desde 1995. “Os ventos que nos atingiram foram recordes”, disse o executivo ao descrever as rajadas de até 107 km/h durante as chuvas na Grande São Paulo.
Ainda na coletiva, o presidente da Enel admitiu que o contrato de concessão precisa ser atualizado para prever eventos climáticos e investimentos na adaptação e resiliência da rede.
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Apesar do anúncio de normalidade, a situação volta a gerar preocupações, já que a previsão do tempo aponta riscos de outras tempestades em São Paulo ao longo do próximo fim de semana. As concessionárias de energia elétrica que operam no estado foram notificadas pela Defesa Civil.
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Decisão judicial
O anúncio sobre a volta da normalidade ocorre depois que a Justiça de São Paulo deu prazo de 24 horas para que a Enel restabelecesse a energia elétrica para os clientes, sob multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento.
A liminar foi concedida no âmbito de um processo movido pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Defensoria Pública do Estado por conta do apagão de novembro de 2023, que também aconteceu após um temporal.
“É inadmissível, neste momento processual, que haja não só a repetição da referida situação numa das maiores cidades da América Latina, mas também o seu agravamento conforme depreende-se da notória e incontroversa demora da requerida no tocante ao restabelecimento do fornecimento integral dos serviços de energia elétrica a toda população e da precariedade do atendimento desta pelos canais de informação (a ponto da requerida ter informado pela imprensa não haver prazo para a normalização dessa situação)”, apontou na decisão o juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível de São Paulo.