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Número 2 do PCC: Justiça nega transferência do ‘braço-direito’ de Marcola para presídio em SP

Juiz ressaltou risco de fuga e determinou que ‘Fuminho’ siga em cadeia de segurança máxima em Brasília

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou a transferência de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, apontado como o número 2 do Primeiro Comando da Capital (PCC), para um presídio paulista. Atualmente, o homem que seria o “braço direito” Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, está em uma cadeia de segurança máxima em Brasília, no Distrito Federal.

A previsão era a de que “Fuminho” pudesse progredir para o regime semiaberto, quando o detento pode sair durante o dia para trabalhar ou estudar, e tem que voltar para dormir no presídio. Para que o benefício fosse dado, o juiz-corregedor substituto da Penitenciária Federal em Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, determinou a transferência do homem para o sistema prisional paulista.

Porém, o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP), Marcelo Streifinger, citou o alto risco de fuga de “Fuminho”, já que o PCC é conhecido por fazer resgates em cadeias, e o TJ-SP negou a transferência do detento.

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Assim, conforme o portal “Metrópoles”, o juiz Hélio Narvaez destacou que o Estado “não pode deixar de agir diante de possível retaliação de organização criminosa”. Com base nisso e na avaliação de documentos enviados pela SAP, o magisrado concluiu ser necessária a permanência do número 2 do PCC no presídio federal.

“Comprovada sua participação em organização criminosa, bem como plano de fuga, admite-se a necessidade e determina-se as providências próprias à permanência emergencial do representado, em estabelecimento penal federal de segurança máxima, no interesse da segurança pública do Estado de São Paulo”, argumentou o magistrado.

A negativa da transferência foi remetida SAP e ao Departamento Penitenciário Federal na última segunda-feira (14/10).

Já a defesa de Gilberto Aparecido não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Prisão

“Fuminho” ficou 21 anos foragido e teria ordenado a execução de Gegê do Mangue e Paca em Alcaraz, no Ceará, supostamente por ordem de Marcola, em ma briga interna de poder dentro da facção.

O homem está em presídio de segurança máxima do governo federal em Brasília, desde 2020, após ser preso em uma megaoperação da Polícia Federal na África com órgãos internacionais.

A progressão para o semiaberto já havia sido determinada em setembro passado, mas como esse modelo não existe no Sistema Penitenciário Federal, o juiz determinou que ele fosse transferido para São Paulo. Contudo, essa solicitação foi negada.

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Investigações apontam que “Fuminho” tem ligações com a “Ndrangheta”, a máfia da Calábria, na Itália, e controlava parte do esquema para o envio de cocaína para a Europa a partir do Porto de Santos, no litoral paulista. O detento mantém relação próxima com Marcola, de quem é amigo de infância.

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