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Dengue transfusional: SP apura três casos suspeitos de contaminação durante transfusões de sangue

Um dos pacientes estava internado em tratamento contra câncer e morreu por conta da dengue

Bolsa de sangue
Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo apura três casos de pacientes contaminados por dengue durante transfusões de sangue Imagem: Pexels/Lucas Oliveira

Depois do escândalo da contaminação por HIV de seis pacientes que receberam transplantes no Rio de Janeiro, o estado de São Paulo também tem um alerta de saúde. São investigados três casos suspeitos de dengue transfusional, ou seja, pacientes contaminados com a doença durante transfusões de sangue. Um deles foi o motorista Silvio Soares, de 44 anos, que passava por tratamento contra câncer e faleceu em decorrência da dengue.

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O caso foi revelado em reportagem do G1, que aponta que Silvio estava internado há quase um mês tratando um mieloma múltiplo, que é um tipo de câncer da medula óssea. O homem apresentava remissão da doença, mas precisou receber uma transfusão de sangue. Ele morreu no dia 26 de maio deste ano, sendo que no atestado de óbito constam edema no pulmão, câncer e dengue como as causas da morte.

Outro caso apurado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) é de um paciente que tinha passado por um procedimento no coração e precisou de uma transfusão de sangue. Depois do procedimento, ele apresentou um quadro grave de infecção por dengue, mas melhorou e obteve alta.

Ao G1, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou que “neste ano, foram notificados três casos prováveis, de transmissão do vírus da dengue por meio de transfusões de hemocomponentes e/ou transplante de órgãos, na capital paulista”.

A pasta destacou que “os profissionais de saúde devem estar atentos aos pacientes que apresentam quadros febris, náusea/vômitos, dor de cabeça, entre outros sintomas até 15 dias após a transfusão de sangue ou transplante”.

Segundo a secretaria, o estado emitiu, em julho deste ano, uma nota normativa conjunta com entidades como a Fundação Pró-Sangue, Hemorrede e Central de Transplantes, com orientações aos bancos de sangue quanto a verificação de sintomas aos doadores, “mas informando também que infectados com o vírus da dengue podem não apresentar sintomas no momento da doação, mas estar em período de viremia”.

“Assim, todos os casos suspeitos de transmissão via transfusional ou via transplante devem ser notificados imediatamente para os serviços de vigilância em saúde e para o banco de sangue que forneceu o hemocomponente, para avaliação e investigação do caso e do doador”, destacou a pasta.

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Mudança das normas

Em julho passado, um grupo de trabalho formado por pesquisadores da Fiocruz, Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (ISBT) e Anvisa desenvolveu uma proposta para uma mudança no protocolo na análise de sangue doado.

Atualmente, o Brasil testa o material doado para Hepatite B e C, Sífilis, doença de Chagas, vírus HTLV I e I, HIV e Malária. O novo método que rastreia também a dengue e outros vírus da família flavivírus.

Essa proposta foi enviada ao Ministério da Saúde, que ainda analisa a recomendação dos cientistas. “A incorporação de novas tecnologias ao SUS segue um processo definido pela CONITEC, que inclui a análise de evidências científicas robustas e a avaliação da viabilidade técnica e financeira”, explicou o órgão.

“Além disso, a proposta também passará por análise de Bio-Manguinhos, responsável pelos testes moleculares atualmente fornecidos pelo Ministério da Saúde para a Rede de Serviços de Hemoterapia. Dada a complexidade da medida, ainda não há um prazo definido para a conclusão dessa avaliação e tomada de decisão”, ressaltou o ministério.

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