O presidente Lula (PT) participaria de duas caminhadas com o candidato do Psol à Prefeitura no segundo turno, Guilherme Boulos, mas a chuva adiou as duas atividades, marcadas para o Grajaú e São Mateus. Em vez disso, ambos fizeram uma live improvisada nas redes sociais, em que apelaram para artilharia pesada, principalmente contra o concorrente de Boulos no pleito, Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, e aliados, com especial atenção ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O tema: apagão.
ANÚNCIO
Leia mais:
Chuva fraca não impede apagão em São Paulo
Chuva cancela caminhadas de Lula e Boulos em bairros de São Paulo
Nunes adota tática de atacar governo federal
“Não quero ficar batendo boca, nem com o governador, nem com o prefeito. Quero cuidar do povo primeiro e depois vou fazer as minhas brigas políticas com quem quer que seja”, disse Lula.
ANÚNCIO
“Todo prefeito e todo vereador sabem que toda vez que chove tem problema de árvore. Era obrigação do prefeito ter podado. Não podou porque não olha para cima”, disse o presidente.
Boulos tem dito que a queda de energia na cidade tem “um pai e uma mãe”, se referindo a Nunes e a Enel, concessionária responsável pela distribuição da luz. “Nós temos 1.492 árvores que poderiam ter sido podadas e que não foram. E é o mínimo que um prefeito pode fazer”, afirmou Lula.
O presidente também atacou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo). “Não regula e fiscaliza”, disse o petista. Nunes é do MDB, partido aliado do presidente, mas tem o apoio de Tarcísio e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na campanha do candidato à reeleição, a estratégia tem sido reforçar que a responsabilidade pelo fim do contrato com a Enel é do governo federal. Nunes subiu o tom na última semana e chamou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de “mentiroso” e “vagabundo”.
Na noite deste sábado, há um debate marcado pela Record, mas Nunes já se desculpou antecipadamente com a emissora sobre uma eventual falta, “devido ás chuvas previstas em São Paulo”.
A campanha de Boulos tenta colar a imagem do psolista ao presidente para atrair mais votos de quem votou em Lula em 2022. Segundo Datafolha, 26% desses eleitores votam em Nunes. O deputado federal tem 33% das intenções gerais de voto contra 51% do adversário, de acordo com o levantamento divulgado na quinta-feira (17).
O presidente também fez discurso direcionado para eleitores que decidiram anular o voto no primeiro turno. “Nós respeitamos, porque sua decisão é sagrada, mas agora está na hora de escolher definitivamente o que você quer para a sua família, para a sua rua, sua vila e seu bairro”, disse Lula.