No segundo bloco do debate da Record TV entre os candidatos do segundo turno à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes disse, pela primeira vez, que abre seu sigilo bancário. “Não para você, mas se alguma autoridade pedir, é óbvio que eu abro”, disse. Questionado sobre a não abertura de nenhum CEU durante seu mandato, Nunes disse que teve que reformar alguns dos existentes, e que os “CEUs terão aula no ano que vem, no meu próximo mandato”. Boulos riu.
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O apagão voltou à baila quando o candidato do Psol questionou a privatização da Sabesp, apoiada por Nunes, e dos cemitérios, feita pelo prefeito. “Você não se arrepende, por que é uma tragédia como a Enel, que vocês apoiaram”, disse Boulos. No seu direito de resposta, Nunes falou sobre política habitacional. Na tréplica, Boulos disse que o adversário não respondeu, “mais uma vez, jogando mentiras, para que não se aposte na mudança”. E mais uma vez lançou um apelo para tentar reverter a tendência das pesquisas, que o coloca em desvantagem em relação ao atual prefeito.
Na pergunta seguinte, sobre transportes, Nunes defendeu a privatização dos cemitérios. “Precisava acabar com a corrupção que havia ali”, afirmou. Boulos respondeu: “O Nunes falando de corrupção é a mesma coisa do casal Nardoni falar da criação de filhos”.
Em direito de resposta, Nunes disse que o candidato do Psol teve 21 condenações “só neste segundo turno” por “soltar fake news”. “Pare de agredir”, pediu.
O atual prefeito disse que vai entregar 8 mil obras até o final do ano, graças ao fato de ter colocado “a saúde financeira da cidade em ordem”. E acusou mais uma vez que “do outro lado só se tem extremismo e inexperiência”.
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Em pergunta de jornalista, Nunes disse que o grupo de Boulos chamou o apagão de “santo apagão”, “que seria muito bem-vinda uma nova tempestade”. Em direito de resposta, Boulos disse que isso é “fake news colocada em jornal”. “Até laudo falso de que eu usava drogas vocês inventaram antes do primeiro turno. Lamentável”, falou.
Nunes voltou a dizer que a concessão da Enel é responsabilidade do Ministério de Minas e Energia. E que no apagão de 2023, foi na Fórmula 1 porque era sua obrigação como prefeito, mas que “virou a noite trabalhando no problema do apagão”. Novamente, defendeu que “a concessão da Enel precisa acabar imediatamente, mas é responsabilidade do governo federal, como reza o contrato”.
Na tréplica, Boulos bateu na tecla da poda de árvores. “Para pedir, é ficar pendurado no telefone e não conseguir. Depois acontece a tragédia que aconteceu nesta semana”, disse. Nunes disse que pediu na Justiça, foi a Brasília, pedir o fim da concessão. “Mas isso não aconteceu”.
Boulos defendeu o aterramento da fiação elétrica com parcerias, por saber que é caro. “Inclusive com o governador Tarcísio. Não é como Nunes, que sai atacando o Lula só porque ele me apoia”, garantiu.
E aproveitou para chamar Nunes de “fake”, “fraco”, “que não tem vontade própria”. E que a corrupção está entrando em diversas áreas da Prefeitura de São Paulo.
Os 7 milhões de passageiros que usam transporte público não tiveram assegurada a manutenção da tarifa em um eventual novo mandato de Nunes, mas ele sinalizou que o preço de R$ 4,40 deve permanecer, graças aos subsídios às empresas de ônibus. “Isso é graças à manutenção da saúde financeira da cidade”, sustentou.
Boulos disse que quem resolveu a saúde financeira de São Paulo foi Fernando Haddad, quando prefeito. “Os subsídios são nosso dinheiro, e as empresas reduziram em 20% as viagens na cidade de São Paulo. Defendo a tarifa zero e vou ampliar, mas cuidando do transporte público de São Paulo”, disse Boulos.
“Eu expliquei detalhadamente isso já. Quem resolveu a saúde financeira de São Paulo fui eu. A questão do transporte é só evolução, inclusive com mudança de ônibus a diesel por elétricos”, respondeu Nunes.
Boulos, na pergunta seguinte, voltou a dizer que a corrupção se infiltrou “por todos os poros na Prefeitura de São Paulo”, e que “é por isso que o Nunes não abre seu sigilo bancário”. “Eu vou enfrentar isso, com toda certeza”.
Em direito de resposta, Nunes repetiu as condenações de Boulos no segundo turno pela Justiça Eleitoral, disse que tudo isso não passa de “cortina de fumaça”. E que fez a intervenção em uma das empresas de ônibus apontadas como tendo ligação com o crime organizado. “E ainda somos assistentes de acusação”, disse. Boulos chamou Nunes de “passivo-agressivo”, e que a intervenção foi determinada pela Justiça, não “por vontade própria”.
No próximo bloco, os candidatos encerrarão o debate fazendo suas considerações finais.