O nome do serial killer Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, que foi condenado a 268 anos de prisão por matar sete mulheres e estuprar outras nove, nos anos 1990, voltou a ficar em alta após o lançamento de um filme que conta a sua história. Apesar dos atos violentos cometidos contra as vítimas, que aterrorizaram a população brasileira, o assassino ainda recebe cartas de fãs na cadeia.
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A mãe dele, Maria Helena de Souza Pereira, revelou em entrevistas ao jornalista Ulisses Campbell, autor da biografia “Francisco de Assis – O Maníaco do Parque”, lançada em setembro, que mulheres apaixonadas continuaram durante os anos mandando mensagens ao filho e, algumas delas, até o ajudando financeiramente e fazendo visitas na cadeia.
Francisco segue em um presídio no interior paulista e já cumpriu quase 30 anos de reclusão. Assim, ele se aproxima cada vez mais de obter a liberdade, o que poderá ocorrer em 2028.
A pena dele foi fixada em 268 anos de prisão, porém, como a condenação é antiga, vale o teto máximo de 30 anos de reclusão, conforme estabeleciam as leis brasileiras. Para os casos recentes, agora os condenados podem ficar até 40 anos na cadeia.
Dessa forma, o serial killer, que atualmente está com 56 anos de idade, poderá ser solto daqui a quatro anos. Para obter a progressão de pena para o regime aberto, no entanto, ele terá que ser aprovado em análises psicológicas feitas por especialistas.
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‘Vai voltar a matar’
A jornalista Thais Nunes, responsável pela pesquisa investigativa de um documentário sobre o caso, que será lançado em novembro, é categórica ao afirmar que, se for colocado em liberdade, o assassino voltará a matar.
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“Ele não é um preso comum. É mau, é perverso e não vai parar”, afirmou Thais, em entrevista ao site UOL. A jornalista pesquisou os crimes que chocaram a população nos anos 1990 e levantou materiais inéditos, como áudios dos depoimentos de Francisco, que irão integrar o documentário “Maníaco do Parque: a história não contada”, que estreia dia 1º de novembro no Prime Vídeo.
A pesquisadora afirma que o detento admite que não tem condições de voltar a viver em sociedade e que, ao longo do período na cadeia, não teve acompanhamento psicológico. “Não é aceitável e não podemos conceber isso. Ele não toma nenhum remédio controlado, não faz acompanhamento contínuo. Ninguém sabe como está sua mente”, afirma.
“Ele próprio disse para os psiquiatras que estava com indícios de canibalismo e que provavelmente iria evoluir para antropofagia, algo que já tinha começado. Se ele sair, não tenho a menor dúvida de que volta a matar”, disse a jornalista.
Relembre o caso
Francisco, que trabalhava como motoboy, escolhia suas vítimas e depois as atacava no Parque do Estado, localizado na Zona Sul da capital paulista, onde costumava passear de patins.
Entre os anos de 1997 e 1998, o criminoso atacou diversas mulheres, sempre as atraindo dizendo que era um “caçador de talentos” e que tinha uma oportunidade de campanha publicitária. O homem oferecia, inclusive, pagamento pelas fotografias e muitas das jovens acabaram sendo enganadas.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) encontrou inicialmente os corpos de seis vítimas, sendo que todas apresentavam sinais de violência sexual e estavam nuas. Assim, havia a suspeita de que todos os casos tinham sido cometidos pela mesma pessoa.
A polícia enfrentou dificuldades para chegar até o suspeito, mas ele acabou sendo preso em 1998, depois que foi denunciado por um pescador na cidade de Itaqui, no sul do Rio Grande do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Argentina.
Apesar de ser apontado como autor de dez mortes, Francisco foi condenado por sete, sendo que uma das vítimas não foi identificada. As demais foram: Patrícia Gonçalves Marinho, 24 anos; Selma Ferreira Queiroz, 18 anos; Raquel Mota Rodrigues, 23 anos; Isadora Fraenkel, 19 anos; Rosa Alves Neta, 21 anos; e Elizângela Francisco da Silva, 21 anos.