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Campanha de Boulos ataca vice de Nunes

Na reta final, publicidade traz fala polêmica de Mello Araújo, indicação de Bolsonaro para ocupar o posto de vice do emedebista

Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram Mello Araújo, vice de Nunes, bate continência a Bolsonaro, seu padrinho político

Na última semana de campanha, a candidatura de Guilherme Boulos (Psol) escolheu como alvo, além do concorrente direto Ricardo Nunes (MDB), seu nome a vice, coronel Mello Araújo (PL). Uma fala polêmica sua em entrevista ao portal UOL quando era comandante da Rota, em 2017, está sendo usada como sinal de como será tradada a população da periferia pela polícia, caso Nunes seja eleito para um novo mandato.

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“É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá (entre os Jardins e a periferia). A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele for abordar uma pessoa na periferia da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins, ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado”, declarou Mello Araújo.

“Da mesma forma, se eu coloco um policial da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui nos Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali, andando.”

“O policial tem que se adaptar àquele meio que ele está naquele momento”, defendeu ele.

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“Basta de preconceito e violência policial”, diz a peça publicitária do Psol.

Indicação de Bolsonaro

Mello Araújo foi uma indicação direta de Jair Bolsonaro e de seu partido, o PL. Além do apoio explícito de Bolsonaro, a escolha de Araújo foi endossada pelo governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em diversas entrevistas dadas nos últimos meses, Mello Araújo conta que se aproximou de Bolsonaro a partir das eleições presidenciais de 2018.

À época, ainda como comandante da Rota, ele declarou publicamente que votaria no então deputado federal e candidato pelo extinto Partido Social Liberal (PSL).

Pouco tempo depois, já eleito presidente, Bolsonaro foi visitar o quartel comandado por Mello Araújo. A partir desse momento, de acordo com declarações de ambos, eles criaram uma relação de amizade e confiança.

Esse vínculo rendeu ao ex-comandante da Rota uma nomeação para a presidência da Ceagesp em outubro de 2020 – ele ficou na Rota até 2019. Uma “nomeação pessoal” de Bolsonaro, segundo o próprio ex-presidente à época.

Mello Araújo se apresenta nas redes sociais como bacharel em Direito e Educação Física, com pós-graduação em fisiologia do exercício pela Universidade de São Paulo (USP).

O candidato a vice-prefeito representa a terceira geração de sua família a trabalhar na polícia paulista.

Segundo informações divulgadas por ele próprio, seu avô integrou a Força Pública e atuou durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Já seu pai fez parte do Batalhão de Choque e do Comando de Policiamento da Capital em meados dos anos 1980.

Mello Araújo formou-se na Academia Militar do Barro Branco no início dos anos 1990 e trabalhou durante muitos anos no interior do Estado, na região de Bragança Paulista.

Alguns anos depois, em meados de 2012, ele mudou-se para a capital, onde serviu como assessor da Secretaria de Segurança Pública.

Em 2017, o policial assumiu o comando da Rota, cargo que ocupou até 2019, quando entrou para a reserva.

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