O ex-policial militar Ronnie Lessa, 54 anos, réu confesso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, disse durante seu depoimento por videoconferência que receberia a quantia de R$ 25 milhões pela morte da parlamentar. Lessa está sendo julgado pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, segundo notícia do Uol.
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“Fiquei cego, fiquei louco. A minha parte era R$ 25 milhões. Eu reconheço. Não tenho vergonha hoje de falar isso. Tirei um peso das minhas costas confessando o crime. Vou cumprir o meu papel até o final e tenho certeza absoluta que a justiça vai ser feita”, disse o ex-policial.
O réu revelou que inicialmente a proposta milionária era para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), mas ele achou uma loucura e que a proposta era inviável, apesar da quantia ser suficiente para deixá-lo milionário.
O nome de Marielle surgiu em 2017 em uma reunião com os mandantes, cujos nomes ele não citou durante o depoimento, e o valor foi acertado. Ele disse que vigiou a vereadora por vários meses antes de definir como faria a execução.
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O crime estaria ligado à grilagem de terra. A vereadora se opunha a um projeto que previa flexibilizar exigências legais, urbanísticas e ambientais para regularizar imóveis na zona oeste do Rio de Janeiro, o que atrapalharia a venda de dois loteamentos no bairro tanque.
O nome dos contratantes já havia sido revelado em depoimento à Polícia Federal. Lessa disse que foi contratado por Domingos e Chiquinho Brazão, que estão presos desde março, mas negam qualquer envolvimento com o crime. Ele também citou o delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu a chefia da Polícia Civil no Rio de Janeiro e recebeu dinheiro para dar cobertura e atrapalhar a investigação dos atiradores e mandantes.