Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa, que está sendo julgado no Rio de Janeiro, está depondo e vai ouvir a decisão do júri por videoconferência. Ele está preso a 300 km dali, na Penitenciária ‘Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra’, a P1 de Tremembé, no interior de São Paulo, presídio de segurança máxima onde passou os últimos quatro meses encarcerado no chamado ‘seguro’.
Preso desde 2019, Lessa foi transferido para Tremembé no dia 20 de junho. O ex-policial militar estava na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e solicitou, em acordo de delação, para ser levado para o complexo prisional de Tremembé.
Sua intenção era ficar na P2 de Tremembé, a chamada ‘prisão de Caras’, onde ficam detentos famosos ou conhecidos por crimes de grande repercussão. Ficaram ali (e hoje estão em liberdade) Suzane von Richtoffen, o casal Nardoni, entre outros. A P1 está superlotada.
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Pouco menos de um mês depois de chegar à P1 em Tremembé, a defesa de Lessa pediu para que ele fosse transferido à Penitenciária 2 da cidade, o ‘presídio dos famosos’.
A defesa de Lessa alegou que as condições em que o preso está submetido inviabiliza que ele possa “exercer qualquer tipo de ofício, como o trabalho interno, oficinas técnicas, Ensino Superior a distância, assistir a palestras, cursos etc., a fim de assegurar sua ressocialização, visto que, além da superlotação, por questões de segurança, não será possível alocar o ex-policial militar”.
No documento, o defensor de Lessa afirmou que “não se pleiteia aqui qualquer regalia” e disse que “o que se requer é o cumprimento de sua pena de forma justa, em um local reconhecido nacionalmente por assegurar a segurança e o convívio dos internos, proporcionando condições para a ressocialização”.
Em resposta, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) disse, à época, que, desde a chegada de Lessa, foi reforçada a segurança da penitenciária “de forma a garantir totalmente a integridade física do corpo de funcionários, dos demais presos e do próprio custodiado”.
Isolado
Lessa passa o tempo todo completamente isolado dos demais detentos. Ele vive em uma cela chamada de ‘seguro’, por medidas de segurança.
Na cadeia, o procedimento para o banho de sol de Lessa é diferente do benefício aplicado aos presos ‘comuns’, que têm dois períodos de banho durante o dia, sendo um de manhã e outro à tarde.
Lessa tem somente um momento de banho de sol, que contempla duas horas do seu dia. O procedimento é semelhante ao que ele tinha na unidade federal em que estava anteriormente, no Mato Grosso do Sul.
Apesar de ter um banho de sol diferente dos demais preso, o horário em que Lessa se alimenta é semelhante aos dos outros detentos: o café da manhã, almoço e jantar são no mesmo horário. Ele come dentro da cela, sozinho. O cardápio é o padrão servido nos presídios.
Lessa passa o dia na cela, com exceção do momento em que é permitido o banho de sol. Na P1 de Tremembé, Lessa já recebeu a prótese de sua perna. Em junho, ele chegou ao presídio sem o equipamento, necessitando de muletas para andar.