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Menos verde e maior ocupação do solo fazem temperatura entre bairros de São Paulo variar 4º

Tucuruvi, Mooca, Freguesia do Ó e Jabaquara têm maior média de temperatura e menor umidade

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Temperatura varia entre os bairros devido a condições urbanas Imgem: Pexels/Caroline Cagnin

A menor presença de áreas verdes e a maior ocupação do solo por construções residenciais e comerciais fazem com que bairros da zona urbana e da zona rural da região metropolitana de São Paulo apresentem diferença de temperatura de até 4ºC, indicam pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

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Segundo o estudo, publicado na Revista Brasileira de Meteorologia, bairros da capital paulista como Tucuruvi (zona norte), Mooca (zona leste), Freguesia do Ó (zona oeste) e Jabaquara (zona sul) têm maior média de temperatura e menor umidade do que localidades como Capela do Socorro e Riacho Grande, próximas à zona rural.

O artigo intitulado “Análise Multivariada de Ilha de Calor Urbana na Região Metropolitana de São Paulo”, de autoria dos pesquisadores Pedro Almeida e Flávia Ribeiro, verifica as características relacionadas à formação de ilhas de calor na Grande São Paulo.

Para identificar padrões climáticos entre bairros com características semelhantes, os cientistas dividiram essas localidades em quatro agrupamentos considerando padrões climáticos – temperatura do ar, umidade e precipitação – e o uso do solo em um raio de 500 metros.

Também fazem parte do grupo mais afetado as localidades de Vila Mariana, Sé, Pinheiros, Butantã, Lapa, Pirituba, Tremembé, Penha, Vila Formosa, Anhembi e Vila Prudente. Na primavera, em especial, a umidade relativa do ar diminui enquanto aumentam a temperatura e a formação de ilhas de calor.

Já o grupo que inclui Capela do Socorro e Riacho Grande (zona rural) teve a menor variação de temperatura e precipitação, além de maior umidade relativa — todas características associadas a um maior conforto térmico para os moradores.

Os dados do estudo foram obtidos em 30 estações meteorológicas da região metropolitana, monitoradas pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo, entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2019. As informações de uso do solo foram coletadas na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Semil).

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O estudo ainda analisa outros dois agrupamentos: o que abrange Perus, Santana do Parnaíba, Itaquera, Itaim Paulista, Ipiranga, Vila Maria, Cidade Ademar e Campo Limpo e o que engloba Santo Amaro, M. Boi Mirim, Mauá, São Mateus e São Miguel Paulista.

O primeiro apresentou alta média de ocupação de solo por edificações, superior a 75%, mas teve menor variação nas características climáticas em relação aos demais grupos. Já o último apresentou maior variação na temperatura, com desvio padrão de 0,67°C, e maior média de áreas verdes, mas teve menos pontos de observação.

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