O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu a prisão preventiva de três pessoas denunciadas pela morte do comerciante Igor Peretto, de 27 anos, que foi esfaqueado em um apartamento, em Praia Grande, no litoral paulista, em agosto passado. Conforme a acusação, o rapaz foi vítima de um plano armado pela viúva, Rafaela Costa, que mantinha um “triângulo amoroso” com Marcelly Peretto (irmã da vítima) e Mario Vitorino (cunhado), tudo para que eles obtivessem “vantagens financeiras”.
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A solicitação foi feita juntamente com a denúncia oferecida à Justiça, quando as promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bena Perez Fernandes destacaram que o crime foi motivado por razões torpes e cometido de forma cruel, o que justifica a prisão preventiva, mesmo diante de condições pessoais favoráveis dos acusados. Assim, diante da gravidade do caso, a liberdade dos denunciados representaria risco à ordem pública.
Igor Peretto, que era irmão do vereador Tiago Peretto (União Brasil) de São Vicente (SP), foi morto no último dia 31 de agosto, no apartamento de Marcelly. Na ocasião, Rafaela esteve no local pouco antes, mas foi embora, sendo que minutos depois o comerciante chegou ao local com Mario. Depois que a vítima foi morta, a irmã e o cunhado também deixaram o local.
A polícia encontrou o corpo de Igor caído em um quarto, próximo da janela. O imóvel estava revirado, indicando que houve luta corporal, além de muitas marcas de sangue. Logo, após as análises das imagens de câmeras de segurança, o trisal foi considerado suspeito pelo caso e foi preso.
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Conforme o MP-SP, a existência de Igor era um “empecilho” para o “triângulo amoroso” vivido pela viúva dele e os parentes. Além disso, caso o comerciante morresse, Mario poderia assumir a liderança de uma loja de motocicletas que ambos tinham como sócios, enquanto Rafaella receberia os demais bens da vítima como herança.
“Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”, ressaltou a denúncia.
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O MP-SP pediu à Justiça que os suspeitos sejam julgados por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles”, destacou a denúncia.
Não há previsão de quando a Justiça vai analisar o material apresentado pelo MP-SP. As defesas dos denunciados não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
O crime
Segundo a denúncia, Rafaela foi até o apartamento de Marcelly, no dia 31 de agosto deste ano, mas deixou o local 13 segundos antes de Igor chegar com Mario. Minutos depois, a irmã da vítima e o cunhado também foram embora do local, sendo que neste momento o comerciante já estava morto.
Marcelly e Mario foram até outro apartamento, mas deixaram o local logo depois e seguiram até um posto na Rodovia Governador Carvalho Pinto, no km 124, em Caçapava, no interior de São Paulo, onde se encontraram com Rafaela. Lá, a viúva abandonou o carro em que estava e seguiu com os amantes.
Algumas horas depois, eles chagaram a Campos do Jordão, também no interior paulista, onde a irmã da vítima teria entrado em um carro por aplicativo e retornado para Praia Grande. Enquanto isso, Mario e Rafaela se hospedam em um motel em Pindamonhangaba (SP). Naquela mesma data, eles abandonaram o carro do cunhado na cidade e sumiram.
A investigação logo apontou o trio como suspeito pelo crime, sendo que as mulheres se entregaram à polícia no último dia 6 de setembro. Já Mario foi preso no dia 15 daquele mês, escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha (SP).