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“Meu filho foi executado”, desabafa pai de jovem negro morto em frente a mercado da zona sul de SP

Familiares do rapaz questionam a versão do policial, que afirma ter atirado em legítima defesa.

Familiares de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, denunciaram o policial Vinicius de Lima Britto pela morte do jovem. Conforme reportagem do G1, Gabriel foi morto a tiros pelo policial militar, que estava à paisana, em frente a um mercado no bairro Jardim Prudência, zona sul de São Paulo. Na ocasião, o rapaz foi acusado de roubar produtos de limpeza. Segundo o policial, ele agiu em legítima defesa.

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De acordo com a reportagem o caso em questão ocorre em frente ao mercado Oxxo, localizado na Avenida Cupecê, por volta das 22h40 de domingo, 3 de novembro. A morte é investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Em desabafo, o pai do jovem declarou à reportagem do G1 acreditar que o filho foi executado pelo policial. “Meu filho foi executado com oito tiros. Ele não estava armado nem nada. Tiraram meu filho da gente. Meu filho era tudo para mim. Quem vai trazer ele de volta? Como uma pessoa sem arma vai tomar oito tiros? E o cara vem falar que foi legítima defesa. Não existe. Meu filho estava doente, era usuário de drogas”.

A mãe do rapaz, Silvia Aparecida da Silva, conta que ficou sabendo da morte do filho após um funcionário do mercado dizer que “mataram um nóia” no local na noite anterior. As versões do atendente e do policial (apresentadas a seguir) foram contestadas pela advogada da família, que revelou que o jovem possuía ferimentos de defesa nos antebraços.

Investigação

Segundo nota emitida pela Secretaria de Segurança Pública, foi aberto um inquérito policial para apurar o caso. “Foram solicitados exames periciais ao IC e IML, cujos laudos estão em andamento e, assim que concluídos, serão encaminhados para análise da autoridade policial”.

Em declaração, o policial militar conta que estava fazendo compras no mercado quando notou que Gabriel roubava alguns produtos. Segundo ele, ao questionar o jovem sobre sua atitude o rapaz afirmou “estar armado” e colocou a mão dentro da blusa de moletom “obrigando Vinicius a efetuar os disparos”, conforme informação do boletim de ocorrência. O rapaz morreu no local.

No entanto, segundo um funcionário do estabelecimento os disparos ocorreram do lado de fora do mercado. Ele estava atendendo o policial quando Gabriel entrou e foi até a seção de produtos de limpeza, pegando quatro produtos e tentando fugir em seguida. O jovem teria escorregado em alguns papelões no estacionamento, momento em que o PM foi até ele para ver o que estava acontecendo.

Segundo o atendente, Gabriel levantou e colocou a mão no bolso da blusa, indicando que poderia estar armado, momento em que foi alvejado por Vinícius. O jovem, mesmo baleado, teria andado na direção do policial afirmando que estava armado.

Conforme o boletim de ocorrência, Gabriel recebeu 11 disparos.

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