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Torcedor comprou cabeça de porco por R$ 60 e dividiu valor com três amigos: “A gente queria zoar”

Rafael Modilhane, que publicou um vídeo comprando o item, diz que pretende se apresentar à polícia

Item foi adquirido no Mercado Municipal de SP.
Torcedor que arremessou cabeça de porco durante jogo entre Corinthians e Palmeiras disse que objetivo era 'zoar' (Reprodução - Instagram)

Rafael Modilhane, conhecido como “Cicatriz”, que arremessou uma cabeça de porco no gramado da Neo Química Arena durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, na última segunda feira (4), explicou que comprou o item por R$ 60 e que o valor foi dividido com três amigos. Ele disse que eles pretendiam tirar uma foto para “zoar”, mas que acabou entrando com o item no estádio e arremessando no campo. O rapaz disse que não imaginava a proporção que o caso tomaria e que pretende se apresentar à polícia.

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Em entrevista à colunista Yara Fatoni, do UOL, o torcedor revelou que o plano era agitar a torcida corintiana na porta do estádio. “A gente queria tirar a foto no ‘escudão’ e zoar com a torcida. Dividimos o valor total de R$ 60 e deu R$ 15 para cada um”, disse ele, sem citar os nomes dos amigos.

Porém, após consumir bebidas alcóolicas, Rafael disse que acabou levando a cabeça de porco para dentro da Neo Química Arena e resolveu arremessá-la no campo. “É como se tivesse jogado de um lado da Paulista para o outro. Pensei que alguém acharia e que tiraria uma onda lá. Muito tempo que não ganhamos dos caras. Eu bebi umas cervejas, whisky e aí a coragem veio. Fui ‘quebrar o litro’ (fazer xixi) e resolvi jogar. É um clássico que damos valor”, disse.

O torcedor ressaltou que pensou que a cabeça de porco iria quebrar com o arremesso e se surpreendeu ao ver o item sendo chutado no campo. Ele disse que ficou até o fim do jogo e logo foi embora, temendo represálias. Depois disso, seguiu com um amigo para o interior.

Rafael destacou ainda, ao UOL, que pretende se apresentar à Polícia Civil, que investiga o caso. Ele teme ser proibido de ver os jogos do Corinthians. “Eu vou me apresentar. Estou com medo de ficar muito tempo sem ir ao estádio. Na semana vou aparecer! Preciso negociar, pois querem que fique 6 meses sem ir lá na Arena”, afirmou o rapaz.

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Entenda o caso

O caso em questão foi registrado durante o derby paulista realizado no dia 4 de novembro, como parte da rodada do Campeonato Brasileiro. O mando de campo era do time alvinegro, que recebeu o rival na Neo Química Arena. Por volta dos 28 minutos de jogo uma cabeça de porco foi arremessada no gramado, fazendo com que a partida fosse brevemente interrompida para a remoção.

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Dois torcedores, identificados como responsáveis por lançar a peça, foram detidos pela Polícia Militar ainda na arena e conduzidos ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) do estádio. No local, os dois foram denunciados pela prática de tumulto. Rafael não foi um deles.

Os torcedores negaram envolvimento no caso e foram liberados, cabendo ao MP de São Paulo oferecer a denúncia para iniciar uma ação penal ou devolver à Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) para novas investigações. Caso sejam condenados, o torcedores envolvidos podem receber pena de 1 a 2 anos de prisão e multa.

A polícia chegou até o nome de Rafael, pois ele fez uma publicação nas redes sociais mostrando quando comprou a peça suína no Mercadão de São Paulo. No registro, é possível ver o homem revelando que a intenção era “mexer com o psicológico dos adversários” (veja abaixo).

Corinthians pode ser punido?

Apesar de não ter atrapalhado o andamento do jogo, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê no artigo 213 uma pena de pagamento de multa para o arremesso de objetos no campo. De acordo com a CNN Brasil, o valor pode variar entre R$100 e R$100 mil.

Segundo o artigo 213 da CBJD, o inciso primeiro prevê punições à equipe caso o “lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento”. Nestes casos, a equipe pode perder o mando de campo de uma a dez partidas, caso a instituição considere a ação como um “ato de gravidade elevada”.

Até o momento não foram divulgadas informações sobre uma possível punição à equipe paulista. O Corinthians também não se manifestou sobre o ocorrido.

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