Um laudo falso apresentado pelo então candidato Pablo Marçal (PRTB) alegando que o adversário Guilherme Boulos (PSol) era dependente químico, dias antes do primeiro turno das eleições para Prefeitura de São Paulo, continua gerando polêmica, agora com o indiciamento do ex-coach pela Polícia Federal.
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A perícia realizada por agentes da PF concluiu que a assinatura do médico no documento é falsa e descobriu que ele nunca trabalhou na clínica Mais Consulta, na cidade de São Paulo, que supostamente emitiu o laudo, e jamais fez atendimento de pessoas com dependência química, segundo a filha, a oftalmologista Aline Garcia Souza. O médico em questão, José Roberto de Souza, era hematologista, e não psiquiatra, e faleceu em 2022.
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Com a decisão da Polícia Federal, Marçal passa de investigado a indiciado e se o Ministério Público oferecer denúncia e o juiz aceitar, ele responderá como réu pelo delito de falsificação de documento.
O candidato derrotado prestou depoimento nesta sexta-feira na Superintendência da Polícia Regional, em São Paulo, e negou envolvimento. Segundo ele, o documento falso foi postado por sua equipe sem o seu conhecimento.
O proprietário da Clínica que emitiu o laudo falso, Luiz Teixeira da Silva Junior, disse aos investigadores que jamais atendeu o deputado Guilherme Boulos e negou qualquer participação na elaboração do documento falso que tinha o intuito de prejudicar a campanha eleitoral do candidato do Psol.
A filha do médico citado como autor do documento também entrou na Justiça contra o empresário e pediu a inegibilidade dele para “invalidar condutas ilícitas que lesem, dentre outras, a moralidade administrativa e os princípios da Administração Pública.”