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VÍDEO: Vereadora eleita é arrastada pela GCM ao protestar contra cortes de árvores na Zona Sul de SP

Ex-deputado federal Eduardo Jorge também foi arrastado; ato questiona derrubada para construção de túneis

Ativistas questionam derrubada para construção de dois túneis
Vereadora eleita Renata Falzoni (PSB) foi arrastada à força pela GCM durante protesto contra derrubada de árvores, na Zona Sul de SP (Reprodução/X)

Um protesto contra a remoção de árvores para a construção de dois túneis na Rua Sena Madureira, na Zona Sul de São Paulo, terminou em confusão na tarde de quinta-feira (7). Ativistas se reuniram para tentar impedir a derrubada dos galhos “saudáveis”, quando a Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi chamada para controlar os ânimos. Durante a ação, a vereadora eleita Renata Falzoni (PSB), que abraçava uma das árvores, foi arrastada e retirada à força do local pelos guardas (veja no vídeo abaixo).

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Outras imagens mostram também o ex-deputado federal e ex-secretário municipal do Meio Ambiente Eduardo Jorge (PV) sendo contido pelos GCMs durante o protesto.

A obra em questão, feita pela gestão de Ricardo Nunes (MDB), visa criar uma ligação entre a Rua Sena Madureira e a Avenida Ricardo Jafet. Serão construídos os dois túneis que, juntos, somam um 1,6 km de extensão. Para isso, está previsto o corte de 172 árvores, além da remoção de cerca de 150 famílias que vivem em duas comunidades da região.

A vereadora eleita destacou que o projeto da prefeitura é um “crime de mobilidade, urbanístico, ambiental e social”, pois, além do corte das árvores, ainda inviabiliza um corredor de ônibus, uma ciclovia e ainda interrompe o curso de um rio.

Renata contou que o grupo protestava contra a derrubada das árvores, abraçando os troncos, quando as equipes da prefeitura continuaram com os cortes. Foi quando a GCM chegou e agiu com violência. A política disse que sofreu um ferimento ao ser arrastada e precisou de atendimento médico.

Durante o protesto, uma pessoa foi detida e levada ao 16º Distrito Policial. Se trata da radialista Karen Sayão, de 33 anos, que teve que assinar um termo circunstanciado por desacato e resistência à autoridade. “Fui levada algemada como se tivesse cometido um crime grave ao abraçar uma árvore para que ela não fosse derrubada”, contou ela ao site G1.

Após a confusão, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) recomendou à prefeitura que paralise as obras, “considerando-se as discussões ambientais, viárias e contratuais que se sobrepõe às obras que estão em andamento, até que se produzam estudos técnicos mais detalhados pelos órgãos públicos competentes acerca dos impactos socioambientais e urbanísticos que eventuais construções e intervenções possam ocasionar na degradação do referido bioma.”

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Há pelo menos três inquéritos instalados pelo MP-SP apuram suspeitas de irregularidades nessas obras.

O que diz a prefeitura?

Procurada, a gestão de Ricardo Nunes destacou à TV Globo que a área das obras não é uma APP (Área de Proteção Permanente). A administração municipal ressaltou que “vai preservar 362 árvores existentes no local, e compensar os cortes previstos com o plantio de 266 mudas, dentro do perímetro da obra”.

Ainda segundo a prefeitura, não foi confirmada a existência de nenhuma nascente hídrica na área, o que implicaria na preservação permanente do espaço. Por fim, a administração municipal ressaltou que as famílias que vivem na área receberão a opção de realocação em uma nova moradia ou, aquelas que não aceitarem, serão indenizadas.

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