Informações divulgadas pela Polícia Federal sobre o andamento da Operação “Contragolpe” revelaram que militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, forneceram orientações aos manifestantes que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília desde o anúncio da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
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Segundo O Globo, conversas entre o ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e general Mário Fernandes e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, indicaram orientações que deveriam ser passadas para “o pessoal do agro, caminhoneiros e pessoas acampadas” em frente aos quartéis.
“A gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG. Se o presidente pudesse dar um input ali para o Ministério da Justiça para segurar a PF ou para a Defesa alertar o CMP (Comando Militar do Planalto)... Pô, os caminhões estão dentro da área militar, os caras vieram aí, estão há 30 dias deixando de produzir pelo Brasil e agora vão ter os caminhões apreendidos. Cara, isso é um absurdo. Então, atento a isso, conversa com o presidente, cara”, teria dito Cid.
“Um dos mais radicais”
Conforme a reportagem, a Polícia Federal declarou que Mario Fernandes pode ser considerado como um dos “militares mais radicais” do “núcleo de confiança do governo Bolsonaro”. Ele teria tentado convencer o comandante do Exército a aderir ao plano de golpe e aparecia “com frequência” no acampamento localizado em frente ao QG.
Ao todo, cinco militares do Exército e um policial federal foram presos como parte da operação realizada pela PF, que tornou pública detalhes da tentativa de Golpe de Estado planejada após as eleições presidenciais de 2022.