Ao menos quatro integrantes de um grupo de elite do Exército Brasileiro foram presos pela Polícia Federal sob suspeita de planejar um golpe de estado que incluiria a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Em uma segunda fase das investigações, a PF agora busca entender se os envolvidos, que eram integrantes do grupo de elite das forças militares, os “kids pretos”, utilizaram técnicas militares para incitar a tentativa de golpe.
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Conforme publicado pelo O Globo, os acusados são parte de um grupo restrito do Exército que possui treinamento rígido, sendo especializados em ações de infiltração, operações camufladas e atuação de contraterrorismo. Além de direcionar os atos após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, os cinco envolvidos na operação também teriam ajudado a financiar os ataques.
Atos do dia 08 de janeiro chamaram atenção
Durante os atos em Brasília no dia 08 de janeiro de 2023, a presença de manifestantes utilizando balaclavas e com desenvoltura na linha de frente da invasão chamou a atenção dos investigadores. A vestimenta utilizada é uma das marcas dos “kids pretos”.
O grupo em questão teria organizado uma ofensiva para furar o bloqueio realizado pela Polícia Militar e orientado manifestantes a entrar no Congresso pelo teto, utilizando gradis como escadas. Os manifestantes também foram orientados a usar mangueiras de água para diminuir os efeitos das bombas. Segundo a CPI dos Atos, outro ponto que pode comprovar o envolvimento dos “kids pretos” na invasão foi a localização de destroços de uma granada de gás lacrimogêneo utilizada em treinamentos do grupo.
“Kids pretos”
O apelido informal atribuído ao grupo militar de operações especiais faz referência ao gorro preto utilizado pelos oficiais. Outra referência é ao codinome utilizado para definir o comandante da unidade que combateu guerrilheiros do Araguaia.
A atuação no grupo em questão é restrita e requer um intenso treinamento. O interessado precisa ser sargento ou oficial e realizar cursos de paraquedista por seis semanas, e de “ações de comando”, por quatro meses, sendo essa a etapa mais intensa.
Os integrantes do grupo de elite do exército são considerados altamente preparados e capazes de capacitar tropas convencionais para a execução de tarefas de alta complexidade.