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Salário, vida pessoal e saúde mental: pesquisa traz percepções dos ‘Millennials’ no mercado de trabalho

Estudo também traz preocupações dos brasileiros ‘Baby Boomers’, da ‘geração X’ e da ‘geração Z’

Mais da metade das mulheres já sofreu assédio no mercado de trabalho
Pesquisa revela quais as preocupações dos trabalhadores brasileiros, de diferentes gerações, em relação ao mercado de trabalho Pixabay (Divulgação)

Uma pesquisa feita pela Michael Page, consultoria integrante do PageGroup, revelou percepções e preocupações dos trabalhadores brasileiros, nascidos em diferentes épocas, em relação ao mercado de trabalho. O Guia Salarial 2025 apontou que para 75% dos “Millennials”, que são aqueles nascidos de 1981 a 1994, o salário é o fator mais importante no emprego em que atuam. Esse índice superou o dos “Baby Boomers” (nascidos antes de 1965), com 60%; da “geração X” (nascidos de 1966 a 1980), com 70%; e da “geração Z” (nascidos após 1995), com 73%.

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O levantamento apontou ainda que 90% dos “Millennials” classificam que o salário é o aspecto de maior importância para aceitarem uma nova proposta de trabalho, ficando atrás apenas da “geração Z” (92%), superando os “Baby Boomers” (75%) e os respondentes da “geração X” (84%).

“A verdadeira riqueza de uma empresa não está em sua conta bancária, mas na qualidade das mentes e corações que ela atrai e conquista. Sem uma proposta atraente e competitiva, as empresas podem perder a chance de atrair profissionais promissores antes mesmo de começarem o processo”, afirma Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil.

Para elaborar a pesquisa, a Michael Page consultou, neste ano, cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. Os executivos entrevistados ocupam cargos que vão desde posições de suporte à gestão até a diretoria.

A pesquisa procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

Salário X Equilíbrio com a vida pessoal

O estudo também procurou avaliar quais outros fatores são essenciais para os profissionais no ambiente de trabalho. Para os “Baby Boomers”, salário (60%), equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (55%) e ambiente de trabalho e cultura empresarial (32%) são os principais aspectos no emprego em que atuam. Já para os colaboradores da “geração X”, o salário (70%), o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (50%) e os benefícios (32%) ganham destaque.

Entre os “Millennials” aparecem o salário (75%), o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (50%) e a progressão de carreira e treinamento (29%). Os profissionais da “geração Z” apontam o salário (73%), equilíbrio entre a rotina pessoal e profissional (44%) e a progressão de carreira e treinamento (40%).

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A valorização e o reconhecimento no trabalho foram outros aspectos avaliados pelos profissionais. Para os “Baby Boomers”, reconhecimento financeiro e bônus (49%), valorização por parte da liderança (29%) e plano de carreira e desenvolvimento (10%) são os principais fatores. Nas demais gerações, os aspectos são bem semelhantes.

Na “geração X” aparecem reconhecimento financeiro e bônus (47%), plano de carreira e desenvolvimento (25%) e valorização por parte da liderança (22%). Para os “Millennials”, reconhecimento financeiro e bônus (47%), plano de carreira (32%) e valorização por parte da liderança (14%) e para a “geração Z”, reconhecimento financeiro e bônus (46%), plano de carreira (37%) e valorização por parte da liderança (12%).

Quando questionados sobre as competências que mais teriam interesse em desenvolver, os “Baby Boomers” classificam o gerenciamento de conflitos (39%), a influência (34%) e o gerenciamento de estresse (27%) como prioridades. A “geração X” seguiu pelo mesmo caminho: gerenciamento de conflitos (39%), influência (38%) e gerenciamento de estresse (34%). No caso dos “Millennials”, priorizam a liderança (52%), a influência (43%) e o gerenciamento de conflitos (37%). A “geração Z” acompanha a geração anterior: liderança (69%), influência (35%) e gerenciamento de conflitos (33%).

“As novas gerações não querem apenas executar tarefas, elas desejam liderar e influenciar o rumo das organizações. O mercado precisa se preparar para essa ambição crescente. Empresas que não oferecerem oportunidades para essa liderança emergente correm o risco de perder relevância rapidamente.”

Preocupações com a Inteligência Artificial

A preocupação com o crescimento da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho também foi avaliada no levantamento. Questões éticas e uso responsável da IA (40%), necessidade de requalificação e atualização constante (30%) e impacto na segurança e privacidade dos dados (16%) foram as principais preocupações apontadas pelos “Baby Boomers” em relação ao uso da IA no emprego.

O cenário é idêntico nas demais faixas etárias, mudando apenas os percentuais de cada uma. Na “geração X”, questões éticas e uso responsável da IA (42%), necessidade de requalificação (25%) e impacto na segurança e privacidade (17%).

Já os “Millennials” apontam questões éticas (38%), necessidade de requalificação (24%) e impacto na segurança e privacidade (20%).

A “geração Z”, por sua vez, cita questões éticas (36%), necessidade de requalificação (21%) e impacto na segurança e privacidade (22%).

deepfake en la Inteligencia Artificial
Uso da Inteligência Artificial já é motivo de preocupações para os profissionais brasileiros

Preferências ao mudar de emprego

As diferentes gerações se alteram na busca por uma nova oportunidade de trabalho. Entre os respondentes da pesquisa nascidos entre 1966 e 1980 (geração X), 55% estão procurando emprego ativamente, superando os profissionais “Baby Boomers” (52%), os “Millennials” (45%) e os da “geração Z” (44%).

O estudo detalhou também o que cada geração consideraria como prioridade para aceitar uma proposta de trabalho nos próximos meses. Os “Baby Boomers” elencaram o salário (75%), os benefícios (45%) e a possibilidade de trabalhar de forma híbrida ou remota (43%) como os fatores essenciais.

Os respondentes da “geração X” seguem a mesma linha, com salário (84%), benefícios (58%) e trabalho híbrido ou remoto (43%) como prioridades. Os “Millenials” classificam como aspectos fundamentais a remuneração (90%), o trabalho híbrido ou remoto (58%) e os benefícios (51%).

Já para a “geração Z”, os principais fatores para aceitar uma nova vaga são o salário (92%), o trabalho híbrido ou remoto (61%) e oportunidades de crescimento interno (57%).

Entre os motivos que fariam ou já fizeram os profissionais renunciarem a um novo trabalho, as três gerações mais experientes indicaram as mesmas razões, alternando apenas os percentuais. Os “Baby Boomers” destacam o salário ou benefícios insatisfatórios com o mercado (62%), mau clima organizacional (60%) e liderança inadequada (48%); a “geração X” traz salários ou benefícios insatisfatórios (65%), mau clima organizacional (59%) e liderança inadequada (54%) e os “Millenials” remuneração ou benefícios insatisfatórios (71%), mau clima (51%) e liderança inadequada (48%).

Os profissionais da “geração Z” também concordam com as gerações anteriores nos quesitos salário ou benefícios insatisfatórios (74%) e liderança inadequada (45%). Diferenciam-se das demais pela falta de oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional (40%).

A maneira como cada geração costuma procurar emprego também foi avaliada no levantamento. Para os “Baby Boomers”, o LinkedIn (82%), networking pessoal (50%) e portais de busca online são as principais ferramentas para encontrar uma nova vaga. A mesma linha é observada nas duas próximas faixas etárias; “geração X”, LinkedIn (92%), networking pessoal (42%) e portais de busca online (37%) e “Millenials”, LinkedIn (95%), sites de busca online (35%) e networking pessoal (33%).

Com a preferência por ferramentas digitais, 95% dos profissionais da “geração Z” afirmaram que buscam novas oportunidades no LinkedIn, 44,8% disseram que utilizam portais de vagas online e 28% seguem o networking pessoal.

Saúde mental

Para analisar a saúde mental dos profissionais, o estudo elencou as principais causas de estresse no trabalho. Os “Baby Boomers” detectaram a remuneração não condizente com as exigências do cargo (50%), a falta de participação na tomada de decisões e a falta de controle sobre os processos (45%) e o relacionamento ruim com colegas de trabalho ou líderes (41%) como os principais fatores do estresse.

Para a “geração X”, o esgotamento mental é causado em maior parte pela remuneração não condizente (56%), falta de participação na tomada de decisões (42%) e relacionamento ruim com colegas ou líderes (40%).

Os “Millennials” classificam a remuneração não condizente com as exigências do cargo (60%), o relacionamento ruim com colegas ou líderes (41%) e o excesso de trabalho (36%) como as maiores causas do estresse no emprego.

No caso da “geração Z”, remuneração não condizente com as exigências do cargo (71%), falta de perspectivas de carreira (44%) e excesso de trabalho (41%) são as principais queixas de estresse.

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