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Ana Paula Minerato vira alvo de ação da Secretaria da Justiça de SP; novo áudio mostra falas racistas

Modelo fez ataques contra cantora Ananda, do Melanina Carioca; após repercussão, ela foi desligada da Gaviões da Fiel e da Band

A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo abriu um procedimento administrativo para apurar falas racistas atribuídas à modelo Ana Paula Minerato que vazaram nas redes sociais. Os ataques seriam contra a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca, a quem ela chamou de “neguinha” que tem “cabelo duro”. Em outro trecho da conversa, continuou a fazer ofensas contra a artista citando a cor de sua pele (assista abaixo). Após a repercussão do caso, a musa foi desligada da escola de samba Gaviões da Fiel e demitida pela Band.

Ana Paula conversava com o rapper KT Gomez enquanto falava sobre Ananda. Ela questionava o músico sobre um “sumiço” e alegou que ele esteve com a cantora, com quem já teria se relacionado antes. “Ela lavava bem a louça?”, perguntou Minerato. “Ana, eu acho que você está a fim de brigar e está vindo tomar meu tempo. Eu não fui nem na academia e nem vou aí”, respondeu o rapper.

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“Você teve o dia todo para ir na academia e não foi?”, continuou a modelo. “Eu tenho coisas para fazer”, explicou ele. “Você estava fazendo o que o dia inteiro que você não postou nada? Já sei, você foi encontrar com a Ananda, porque ela está em São Paulo. Ah, foi isso então. Você foi encontrar a Ananda, que você sumiu o dia inteiro”, pontuou a musa.

“Você foi o quê? Você foi lá comer ela aonde? Onde que você comeu ela? No hotel dela com o Melanina Carioca? Você foi lá? Ela e quem mais? Aí ela te mostrou vídeo dando pros caras também? Para os negão lá do Melanina Carioca? Como é que foi, como é que foi?”, insinuou a modelo. “Deixa eu falar: procura um médico. Procura, de verdade. Fala com o seu médico lá”, aconselhou KT Gomez.

Em áudios anteriores, que passaram a circular nas redes sociais no domingo (24), Ana Paula já tinha feito ofensas racistas e falado sobre a aparência física de Ananda.

“Empregada do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro? Não sabia que você gostava de mina com cabelo duro. Você gosta de mina com cabelo duro? Cabelo duro você gosta? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Você gosta de neguinha? Porque isso aí é neguinha, né. Alguém ali o pai ou a mãe veio da África”, disse a modelo. “Ela é feia, hein. Ela é feia. Essa faixa de nega aqui que ela usa”, ressaltou.

Após a repercussão, Ananda se pronunciou em seu Instagram: “Estava de boa aqui na praia, curtindo a minha quando de repente me deparo com esse absurdo advindo de uma pessoa que, com todo respeito, você se acha tão bonita assim para desmerecer a beleza de outras pessoas que são diferentes de você?”, disse ela.

Ana Paula ainda não se posicionou respeito das falas racistas. A assessoria dela também ainda não fez nenhum comunicado.

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A Gaviões da Fiel anunciou na segunda-feira (25) o desligamento da modelo da escola de samba e destacou que a decisão ocorreu “após a divulgação de condutas incompatíveis com os valores e princípios que defendemos, incluindo manifestações de cunho racista”.

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“Reforçamos que o combate ao racismo é uma luta permanente do Gaviões da Fiel, que se posiciona de forma intransigente contra qualquer atitude discriminatória. Não toleramos comportamentos que desrespeitem a igualdade e a dignidade humana, pilares fundamentais do nosso compromisso com a sociedade. Seguiremos firmes em nossa trajetória de respeito, inclusão e justiça, valores que sempre guiaram nossa história”, destacou a escola de samba.

Já a informou Band que “repudia veementemente qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito. As declarações de Ana Paula Minerato, mesmo sendo de cunho pessoal, não estão alinhadas com os valores e diretrizes da emissora. Por esse motivo, a colaboradora foi desligada da empresa.”

Ela também foi demitida da Band FM, onde apresentava o programa diário “Estação Band FM”.

Processada em SP

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De acordo com a Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania de São Paulo, o processo contra a modelo foi instaurado na segunda-feira (25) pela Ouvidoria da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN), que “notificará as partes envolvidas, garantindo o direito de apresentação de defesa preliminar”.

A medida tem como base a Lei Estadual 14.187/2010, sancionada pelo então governador Alberto Goldman (1937/2019), que regulamenta os processos administrativos por discriminação racial no estado. A pena nesses casos vai de advertência a multa, cujo valor vai de R$ 17.680,00 a R$ 106.080,00.

A pasta destacou que a Coordenadoria de Políticas para a População Negra “está à disposição da vítima, oferecendo acolhimento e orientação necessárias”.

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