Segundo relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de estado, divulgado após a quebra de sigilo na última terça-feira (26), o ato golpista não foi concretizado devido à “falta de adesão da maioria do Alto Comando do Exército e dos comandantes do Exército e da Aeronáutica”. Para a Polícia Federal, o fato dos comandantes não “cederem a pressões golpistas” foi determinante para a falha no plano. Na ocasião, o Exército era chefiado pelo general Freire Gomes, enquanto a Aeronáutica era chefiada pelo brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.
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De acordo com o G1, dados contidos no relatório da PF revelam que os comandantes do Exército e da Aeronáutica não concederam o suporte armado para a consumação do golpe de Estado. A informação foi divulgada após o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, retirar o sigilo do documento ao encaminhar o caso para a Procuradoria-Geral da República.
“Fiéis ao Estado Democrático”
Segundo a publicação, a PF ressaltou no inquérito que os comandantes permaneceram “fiéis aos valores que regem o Estado Democrático”, evitando assim a realização do golpe.
“A posição inequívoca dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fiéis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões dos golpistas”.
Na citação o então comandante da Marinha Almir Garnier não foi mencionado visto que ele está entre os indiciados e teria disponibilizado suas tropas para auxiliar em um possível golpe.