Na última terça-feira, dia 26 de novembro, a Polícia Federal divulgou um relatório detalhando a ação de políticos e militares na trama golpista que seria posta em prática após as eleições de 2022. Dentre os políticos citados, o relatório revela como o ex-presidente Jair Bolsonaro teria atuado, desde 2019, na articulação do “cenário ideal” para o golpe.
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Segundo informações divulgadas pelo G1, o nome de Jair Bolsonaro aparece ao menos 643 vezes no documento. Entre diversas funções, ele é listado como planejador, executor e dirigente dos atos que favoreceriam o golpe de Estado.
No documento, é possível ler: “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram, de forma inequívoca, que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito. O fato, contudo, não se consumou em razão de circunstâncias alheias às suas vontades”,
O grupo atuava desde 2019
Segundo a PF, o grupo atuava de forma organizada desde 2019. Um dos primeiros atos seria a divulgação de falsas narrativas, como as ações que buscavam deslegitimar e plantar dúvidas sobre a segurança do processo eleitoral brasileiro. As menções a possíveis fraudes no sistema eleitoral foram fomentadas ao longo de todo o governo Bolsonaro, sendo utilizadas como uma forma de aumentar as tensões políticas e justificar os planos golpistas para uma “possível anulação das eleições e extensão de mandatos”.
Apesar de não ser listado como integrante dos grupos centrais, Bolsonaro é apontado como o beneficiário das ações do grupo, já que a intenção seria mantê-lo no poder. Ele teria ciência das ações e teria concordado com a “Carta do Golpe” que incitava os militares a pressionar o comando do Exército para adesão “à ruptura institucional”. A carta em questão foi enviada no dia 29 de novembro de 2022.