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‘Peeling de fenol’: mãe de empresário que morreu pede indenização milionária à dona de clínica, em SP

Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, passou mal após procedimento e faleceu, em junho passado; Natalia Becker virou ré pela morte

Edna Maria Rodrigues da Silva, mãe do empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, que morreu após passar por um “peeling de fenol” em uma clínica de estética, em São Paulo, aguarda que a Justiça analise um pedido de indenização por danos morais. Ela solicita que a influencer Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker, pague R$ 1,4 milhão como forma de reparação. A mulher, que não tinha formação como esteticista, virou ré pela morte.

Conforme reportagem do site G1, Edna entrou com o processo de danos morais no último dia 4 de setembro. Henrique morreu no último dia 3 de junho por causa de um edema pulmonar agudo causado pela inalação de fenol, segundo apontou o laudo do Instituto Médico Legal (IML).

Natalia não chegou a ser presa após a morte do cliente, mas virou ré na esfera criminal e o processo ainda corre na Justiça paulista. Ela é acusada por homicídio doloso por dolo eventual qualificado por motivo torpe, ao assumir o risco de matar Henrique durante a aplicação do fenol. Além disso, ela foi proibida de seguir trabalhando em sua clínica de beleza.

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O processo movido pela mãe do empresário foi ajuizado pelo advogado Celso Augusto Hentscholek Valente. Ele explicou que o empresário tinha um pet shop em Pirassununga, no interior de São Paulo, e que era ele quem sustentava a mãe. Assim, desde a morte, ela ficou sem o apoio financeiro.

“Essa ação busca uma reparação moral da mãe pela perda violenta do filho e material, que são os gastos que ela teve com velório, falecimento, enterro e etc. O processo está em andamento e aguarda ainda o pronunciamento do juiz”, disse o defensor ao G1.

Ainda segundo o advogado, o caso será analisado pelo juiz Edson José de Araújo Junior, do Fórum de Pirassununga. Enquanto ainda não decidiu sobre a indenização, o magistrado determinou que Natalia pague uma pensão no valor de dois salários mínimos a Edna. “A tutela antecipada fixou em dois salários mínimos a pensão e não a ação. A ré não pagou até esta data nenhuma pensão”, disse o defensor.

Procurada pela reportagem, a advogada Tatiana Forte, que defende Natalia, informou que “a Defesa está convicta que não há contra Natalia qualquer responsabilidade jurídica” e que “toda e qualquer responsabilidade jurídica depende decisão irrecorrível transitada em julgado”.

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Relembre o caso

Henrique reclamou de fortes dores e morreu pouco depois do procedimento, realizado no último dia 3 de junho. Conforme a polícia, ele sofreu lesões graves no rosto e na gengiva.

Ao saber da morte do cliente, Natalia também teria passado mal e socorrida a um hospital. Ela só se apresentou à polícia na tarde do dia 5 de junho para prestar esclarecimentos, quando foi indiciada por homicídio com dolo eventual.

Após ser ouvida pela polícia, a influencer falou com a imprensa e lamentou a morte do empresário. “Estavam sendo muito difíceis esses dias para mim. Estou muito triste pelo que ocorreu. Sinto muito pela família dele. Acabou com a minha vida isso, jamais tive a intenção de prejudicar ele”, ressaltou ela.

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Na entrevista, a influencer também disse que sua clínica não contava com equipamentos para monitoramento cardíaco, mas ressaltou que prestou o devido socorro ao empresário e classificou a morte dele como uma “fatalidade”.

Ao se apresentar à polícia, Natalia disse que aprendeu a técnica em um curso online e fazia as aplicações desde o fim de 2023. Porém, a investigação descobriu que ela só finalizou as aulas após a morte do cliente.

A clínica dela foi fechada pela Vigilância Sanitária e multada. O local tinha licença para funcionar e realizar “atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza”, mas não a liberação para o uso de fenol nos procedimentos.

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