A cabelereira Elisangela da Silva, mãe da empresária Brenda Bulhões, de 26 anos, que foi morta a tiros à luz do dia na frente do próprio salão de beleza, em Guarujá, no litoral de São Paulo, disse que a filha estava sendo ameaçada pelo ex-companheiro. Apesar de não ter denunciado o caso à polícia, a jovem estava preocupada com a situação e chegou pedir para que a genitora cuidasse da neta caso ocorresse algo com ela.
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“Ela falou: ‘Mãe, eu acho que eu não vou viver muito’. Eu respondi: ‘Filha, por que está falando isso? Pelo amor de Deus, não fala isso’”, relatou a cabeleireira ao site G1.
A conversa em questão ocorreu cerca de 15 dias antes de Brenda ser morta, quando ela falou para a mãe que pretendia escrever uma carta, para ser registrada em cartório, deixando claro o desejo dela de que a filha ficasse sob os cuidados da avó materna se ela morresse.
“Nesse dia a gente até brigou, porque eu disse que ela estava falando besteira e pedi para parar com isso”, lamentou a mãe da vítima.
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Elisângela relatou, ainda, que a filha viveu um relacionamento conturbado por 10 meses com o homem apontado como o principal suspeito do crime, e que eles estavam separados desde setembro deste ano, depois de uma agressão. Apesar do rompimento, ele não aceitava e passou a fazer ameaças.
A genitora da vítima lamentou que chegou a abrigar o homem na casa dela, depois que ele sofreu um acidente de moto. “Não apareceu ninguém da família, então ajudamos. Eu fui para o hospital, dei remédio, dei comida, dei casa e ele ficou morando”, disse Elisângela.
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A Polícia Civil pediu a prisão temporária do suspeito de cometer o feminicídio, o que foi acatado pela Justiça. Porém, até o início da tarde desta terça-feira (3), ele permanecia foragido.
Relembre o caso
Brenda foi morta por volta das 8h20 da última sexta-feira (29), na Rua Pará, no bairro Paecará, bem em frente ao salão de beleza do qual ela era dona. Imagens de câmeras de segurança registraram o feminicídio (veja abaixo - ATENÇÃO: Imagens fortes):
As imagens mostram quando ela chegou e estacionou a motocicleta em que seguia, sendo que logo depois o homem apareceu e baleou. Mesmo com a vítima no chão, ele continuou a atirar. A ação durou menos de 1 minuto e foram efetuados ao menos seis tiros.
Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e fez manobras de reanimação na vítima, mas ela não resistiu. A morte foi constatada ainda no local.