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PM suspeito de jogar jovem de ponte em SP matou motoqueiro a tiros em 2023, mas foi inocentado

Soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, baleou o suspeito Maycon Douglas Valério, de 31, pelo menos 12 vezes durante um patrulhamento

O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, apontado como sendo o agente flagrado jogando um jovem de uma ponte em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo, já esteve envolvido na morte de um suspeito, em 2023. De acordo com o colunista Josmar Josino, do UOL, o PM chegou a ser investigado por homicídio da vítima, morta com 12 tiros, mas foi inocentado.

O suspeito morto foi identificado como Maycon Douglas Valério, de 31 anos. Em março do ano passado, ele passou a ser perseguido pelo PM e outro colega, que integravam as Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam), ao ser flagrado circulando em uma motocicleta em alta velocidade e sem capacete, em Diadema, no ABC Paulista.

Os PMs passaram a perseguir o suspeito, que em um determinado momento, abandonou a moto e tentou fugir a pé. Luan Felipe continuou a acompanhar Maycon, enquanto o colega ficou com as motocicletas. Quando estava na Travessa Espelho Mágico, disse que viu o suspeito armado e mirando em sua direção. Foi quando o agente efetuou 12 tiros e matou o suspeito.

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Maycon foi socorrido e levado ao Hospital Municipal de Diadema, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Luan Felipe foi investigado pelo homicídio, mas o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) entendeu que o PM agiu em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever e ele foi inocentado.

Em janeiro deste ano, o promotor João Otávio Bernardes Ricupero manifestou-se favorável ao arquivamento do caso, o que foi acatado pelo juiz José Pedro Rebello Giannini, da Vara do Júri de Diadema, no dia 24 daquele mês.

A defesa do PM não foi encontrada para comentar o caso até a publicação desta reportagem.

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Jovem jogado de ponte

O PM Luan Felipe voltou a ser investigado após um jovem ser jogado de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, na madrugada da última segunda-feira (2). A vítima foi identificada como Marcelo Amaral, de 25 anos, que teria sofrido ferimentos por conta da ação.

Um vídeo mostra o jovem, que usava uma camiseta azul, em cima de uma ponte ao lado de policiais militares. Em um determinado momento, um dos PMs o segurou, o levou até a barreira de proteção e o arremessou em um rio (assista abaixo):

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Os agentes que apareceram nas imagens seriam do 24º BPM de Diadema, na Grande São Paulo, mas perseguiram o homem até Cidade Ademar, na Zona Sul da Capital. Eles disseram no registro de ocorrência que nada de ilícito foi encontrado com o rapaz, mas omitiram a questão de que ele foi jogado por um dos PMs da ponte.

Conforme Josmar Josino, do UOL, o PM que aparece nas imagens jogando Marcelo é Luan Felipe.

Após a divulgação das imagens, o caso gerou muita repercussão. A Corregedoria da Polícia Militar afastou 13 agentes envolvidos na ocorrência e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, falou sobre “severa punição”.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também criticou o caso e afirmou que ele será devidamente apurado.

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“A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, escreveu o governador no X.

Já o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, emitiu uma nota pública de repúdio e disse que já designou que o Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) integre as investigações a fim de “punir exemplarmente” os policiais envolvidos na abordagem.

Rapaz não tem antecedentes criminais

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Pai do rapaz, Antonio Donizete do Amaral afirma que o filho está bem, apesar da violência que viveu, mas questionou a ação do PM e exigiu uma explicação sobre o que o levou a tomar aquela atitude. O genitor ressaltou que o filho trabalha como entregador e não tem antecedentes criminais.

“Ele está bem, mas não conseguimos falar com ele. É inadmissível, não existe isso aí. A polícia está aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez. Trabalhador [o filho], menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, passagem [pela polícia], não tem nada. Queria a explicação desse policial e o porquê ele fez isso”, lamentou Antônio, em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo.

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