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Saiba quem era a servidora pública que morreu após procedimento estético em GO; biomédica foi presa

Danielle Monteiro, 44, recebeu aplicação de hialuronidase, produto que não é autorizado pela Anvisa

Dona do local, que é biomédica, foi presa após a constatação de várias irregularidades
Servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, de 44 anos, morreu após passar por procedimento estético em clínica, em Goiânia (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil investiga a morte da servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, de 44 anos, que sofreu um choque anafilático após passar por um procedimento estético em uma clínica em Goiânia, em Goiás. Ela teria recebido injeções no rosto de hialuronidase, um tipo de enzima que não é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A responsável pela aplicação, que é biomédica, foi presa após a constatação de várias irregularidades no estabelecimento.

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Danielle passou pelo procedimento estético no último sábado (30), sendo que sofreu um choque anafilático e teve uma parada cardiorrespiratória no local. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e levou a mulher ao Hospital de Urgências de Goiás (Hugo). No entanto, ela não resistiu e teve a morte cerebral confirmada no domingo (1º).

O caso passou a ser investigado e a polícia descobriu que Danielle recebeu aplicações de hialuronidase, que é usado para corrigir procedimentos anteriores feitos com ácido hialurônico, na região abaixo dos olhos.

“É uma substância que serve para retirar um preenchimento anterior. É um produto manipulado que foi utilizado na paciente que morreu e isso é contra as determinações da Anvisa”, explicou a delegada Débora Melo, responsável pelas investigações, em entrevista ao G1.

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A clínica onde o procedimento foi feito passou por uma vistoria, quando foram identificadas várias irregularidades, além do uso do produto sem autorização da Anvisa. Segundo a delegada, o local não possuía os equipamentos básicos para atendimento em casos de reações aos produtos.

“Para o caso de uma parada cardiorrespiratória é necessário que haja um desfibrilador e não havia um desfibrilador normal. Trabalhamos com esses eventos adversos na área da estética, e esse caso nos mostra que até mesmo os procedimentos mais simples trazem esse risco tremendo”, disse a investigadora.

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Também foram apreendidos na clínica medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização, e materiais limpos misturados a outros sujos. Assim, na segunda-feira (2), a dona do estabelecimento foi presa. O nome dela não foi revelado.

Conforme a polícia, a mulher responde por crimes de vender serviço ou mercadoria impróprios ao consumo, executar serviço de alta periculosidade sem autorização legal e exercício ilegal da medicina. Ela também é investigada pela morte de Danielle.

A defesa da biomédica disse, ao G1, que ela “possui formação acadêmica em biomedicina e enfermagem, o que lhe autoriza a realizar os procedimentos”. Sobre os produtos usados, os advogados José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto ressaltaram que “todos possuem autorização para serem comercializados, tanto que são adquiridos por meio de empresas devidamente constituídas que possuem autorização para fabricação”.

O Conselho Regional de Biomedicina de Goiás, por sua vez, confirmou que a mulher tem registro profissional como biomédica e destacou que instaurou uma sindicância.

“Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico. A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho. O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima”, informou o órgão.

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