Foco

Após prisão de PM, governador Tarcísio de Freitas admite erro sobre câmeras corporais

Governador disse que “estava completamente errado” sobre a questão das câmeras corporais, após prisão do PM que jogou homem de ponte

Anúncio deve ocorrer nas próximas horas
Governador Tarcísio de Freitas (Divulgação - Governo do Estado de São Paulo/Marcelo S. Camargo)

Após o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, que atirou um homem de uma ponte da Zona Sul de São Paulo, ter sido preso na manhã desta quinta-feira (5), por determinação da Justiça Militar, que acatou pedido da Corregedoria da PM, o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em entrevista coletiva que “estava completamente errado” sobre a questão das câmeras corporais e afirmou que é preciso “redesenhar” algumas coisas na corporação.

ANÚNCIO

O soldado Pereira seria levado para o presídio militar Romão Gomes, conhecido como Barro Branco, Zona Norte da Capital. A defesa do PM disse, em nota, que esse não é um “processo penal democrático” e afirma ver na prisão “claro viés de antecipação de culpa”.

No dia seguinte ao caso, a Secretaria da Segurança Pública já havia mandado afastar os 13 agentes envolvidos na ocorrência, entre eles Pereira. Todos são do 24º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Diadema.

“(O PM Pereira) Vai ficar preso, ser expulso da corporação, não tenho dúvidas disso”, afirmou Tarcísio durante a inauguração do Centro de Transplante de Medula Óssea do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo).

Além do caso do homem arremessado da ponte, diversos outros causaram polêmica recentemente, como as mortes de uma criança de 4 anos na Baixada Santista, de um estudante de medicina baleado em um hotel da Capital e de um homem atingido nas costas após tentativa de roubo em um mercado. Diante desse cenário, Tarcísio defendeu mudanças na PM.

Leia mais:

Soldado da PM que jogou jovem de ponte é preso em SP

ANÚNCIO

Homem jogado de ponte por PM deixa São Paulo com medo de retaliação

“O discurso de segurança jurídica, para os agentes de segurança combaterem de forma firme o crime, não pode ser confundido com salvo conduto para fazer qualquer coisa, para descumprir regra. Isso a gente não vai tolerar. Tem uma hora que a gente tem que chamar a corporação: Espera aí. O que está acontecendo? Vamos redesenhar isso aqui.”

O governador também admitiu um equívoco pessoal no caso das câmeras usadas pelos policiais nas fardas. No primeiro ano de sua gestão, ele chegou a questionar o uso do dispositivo.

“Sobre as câmeras, eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive, que não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade, do policial. Vamos não só manter, mas ampliar o programa.”

Tarcísio também afirmou que pretende desacelerar a implantação de novos modelos de câmeras, que permitem ao agente de segurança interromper a gravação durante uma ocorrência. A tecnologia anterior, adotada no Estado desde 2020, não permite pausas na gravação. “Enquanto a gente não estiver seguro com relação à tecnologia, a gente não descontinua as câmeras que existem, que estão funcionando. Elas vão continuar em operação. Só vai haver essa substituição gradativa à medida em que a gente estiver muito confortável com a nova tecnologia que está chegando.”

Ele defendeu ainda um estudo para entender o que é necessário fazer em termos de comparação com outras polícias: reciclagem, compra de armamento não letal, além do uso de mais câmeras.

O governador voltou a dizer que o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, será mantido no cargo, mesmo com a pressão. “Momento de crise você não deve fazer mexida. Não é hora. Imagina se cada situação difícil que enfrentar eu parto para uma mudança generalizada. Interpreto isso como uma coisa ruim. Entendo que ao fim e ao cabo, a responsabilidade dos problemas é minha”, afirmou.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias