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Saiba quem é o soldado da PM que jogou jovem de ponte em SP; Corregedoria pediu a prisão dele

Soldado Luan Felipe Alves Pereira, 29, trabalha na Rocam, lotado no 24º BPM de Diadema, no ABC Paulista

Corregedoria pediu a prisão preventiva dele
Soldado Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, admitiu à Corregedoria que jogou jovem de ponte, mas disse que só queria 'imobilizá-lo' (Reprodução/Redes sociais)

O soldado da PM Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, que jogou um jovem de uma ponte durante uma abordagem, na Zona Sul da cidade, trabalha nas Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam), lotado no 24º Batalhão de Polícia Militar de Diadema, no ABC Paulista. Ao prestar depoimento, ele alegou que não queria arremessar o rapaz, mas sim “imobilizá-lo”. Porém, a Corregedoria pediu à Justiça Militar a prisão preventiva dele.

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Não há previsão para análise da solicitação, sendo que foi decretado sigilo no Inquérito Policial Militar (IPM). Por enquanto, Luan Felipe e outros 12 agentes seguem afastados das funções.

No documento em que pediu a prisão do PM, o capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros, responsável pelo IPM, detalhou que o agente perseguiu o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, após uma abordagem em um baile funk, sendo que, mesmo com o rapaz rendido, o jogou da ponte.

Também é destacado que o soldado confirmou ser ele quem aparece nas imagens e disse que “a projeção seria realizada ao solo”, ou seja, o objetivo dele era jogar o homem no chão.

“Excelência, não há como acolher as declarações apresentadas pelo investigado, pois as imagens largamente difundidas e materializadas no presente feito demonstram conduta errante e inaceitável a quem deveria proteger a integridade de outrem e fazer cumprir a lei”, destacou Barros, solicitando a prisão preventiva de Luan Felipe.

A defesa do soldado não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Inocentado por homicídio

O policial militar Luan Felipe já esteve envolvido na morte de um suspeito, em 2023. De acordo com o colunista Josmar Josino, do UOL, o PM chegou a ser investigado por homicídio da vítima, morta com 12 tiros, mas foi inocentado.

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O suspeito morto foi identificado como Maycon Douglas Valério, de 31 anos. Em março do ano passado, ele passou a ser perseguido pelo PM e outro colega, que integravam as Rondas Ostensivas com Apoio de Moto (Rocam), ao ser flagrado circulando em uma motocicleta em alta velocidade e sem capacete, em Diadema, no ABC Paulista.

Os PMs passaram a perseguir o suspeito, que em um determinado momento, abandonou a moto e tentou fugir a pé. Luan Felipe continuou a acompanhar Maycon, enquanto o colega ficou com as motocicletas. Quando estava na Travessa Espelho Mágico, disse que viu o suspeito armado e mirando em sua direção. Foi quando o agente efetuou 12 tiros e matou o suspeito.

Luan Felipe foi investigado pelo homicídio, mas o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) entendeu que o PM agiu em legítima defesa e no estrito cumprimento do dever e ele foi inocentado.

Em janeiro deste ano, o promotor João Otávio Bernardes Ricupero manifestou-se favorável ao arquivamento do caso, o que foi acatado pelo juiz José Pedro Rebello Giannini, da Vara do Júri de Diadema, no dia 24 daquele mês.

Rapaz jogado em ponte se mudou

Parentes e vizinhos do entregador Marcelo afirmam que o rapaz deixou a cidade de São Paulo ainda na terça-feira (3), por medo de represálias. Ele foi jogado da ponte na madrugada de segunda-feira (2).

Moradores das proximidades da Rua Padre Antônio Gouveia afirmam que o rapaz estava com a cabeça bastante machucada e saiu caminhando de dentro do Córrego do Cordeiro, após a queda de cerca de três metros.

Pai do rapaz, Antonio Donizete do Amaral afirma que o filho está bem, apesar da violência que viveu, mas questionou a ação do PM e exigiu uma explicação sobre o que o levou a tomar aquela atitude. O genitor ressaltou que o filho trabalha como entregador e não tem antecedentes criminais.

Corregedoria instaurou inquérito para apurar o caso
PM foi flagrado ao arremessar homem de ponte dentro de córrego na Zona Sul de SP (Reprodução/TV Bandeirantes)

O Ministério Público abriu uma investigação sobre o caso, após uma determinação da Procuradoria-Geral da Justiça. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) também pediram que a Polícia Civil encaminhe, em 24 horas, cópia do boletim de ocorrência e das requisições de todas as perícias solicitadas nesse caso.

Já a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que o “agente responsável pela agressão foi ouvido e sua prisão foi solicitada à Justiça Militar” e ressaltou que o “caso também é apurado pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO) da 2ª Seccional. Diligências estão em andamento para a oitiva da vítima e o esclarecimento dos fatos”.

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