Subiu para 13 o número de palmeirenses presos por envolvimento em uma emboscada a torcedores do Cruzeiro, em outubro passado, em São Paulo, que terminou com um morto e 17 feridos. Leandro Gomes dos Santos, o “Leandrinho”, integrante da Mancha Alviverde, se entregou na sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde de terça-feira (10). Outros quatro suspeitos seguem foragidos, entre eles o ex-presidente da torcida organizada, Jorge Luiz Sampaio Santos.
ANÚNCIO
Conforme a polícia, “Leandrinho”, que não tinha antecedentes criminais, deverá ficar preso por 30 dias. Ele confirmou ser integrante da Mancha Alviverde, mas não fazia parte da diretoria da organizada.
O torcedor e os demais investigados deverão responder criminalmente por lesão corporal devidos aos ferimentos causados aos cruzeirenses, além do homicídio. E ainda serão punidos por dano, tumulto e associação criminosa no contexto da Lei Geral do Esporte.
A defesa de “Leandrinho” não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
LEIA TAMBÉM:
- Emboscada a cruzeirenses: foragido, presidente da Mancha Alviverde renuncia e diz que vai se entregar
- Líder da Macha Alviverde já responde por ameaça à presidente do Palmeiras em 2023
- Quem era o torcedor morto em confronto entre as torcidas de Palmeiras e Cruzeiro
Foragidos
Por enquanto, quatro palmeirenses que tiveram as prisões temporárias decretadas seguem foragidos. São eles: Jorge Luiz Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Alviverde; Felipe Mattos dos Santos, o “Fezinho”, vice-presidente da torcida; Aurélio Andrade de Lima e Neilo Ferreira e Silva: o “Lagartixa”.
Recentemente, Jorge Luiz renunciou ao cargo de presidente na organizada. Em uma carta dirigida à torcida, ele destacou que ocupou o cargo de presidente por três anos em uma “organização histórica com mais de 90 mil sócios que realiza inúmeros projetos sociais e se dedica incansavelmente a promover a união no futebol”.
ANÚNCIO
“Devido aos acontecimentos recentes, contudo, não posso mais continuar. Comunico a todos que renuncio à presidência dessa valorosa torcida, cujos interesses estão acima de qualquer ato isolado. Meu afastamento é necessário não apenas para preservar minha família, mas também para que eu possa me dedicar exclusivamente à minha defesa e provar minha inocência”, escreveu ele.
A defesa de Jorge Luiz, representada pelo escritório Jacob Alcaraz, informou ao site G1 que o cliente acredita “no Poder Judiciário e em sua capacidade de garantir sua integridade física, segurança e direitos fundamentais” e ressaltou que “as suspeitas levantadas pela Polícia Civil não correspondem à realidade”.
Os advogados disseram, ainda, que ele poderá se entregar nesta quinta-feira (12).
Emboscada a cruzeirenses
A emboscada feita por integrantes da Mancha Alviverde contra a torcida do Cruzeiro, a Máfia Azul, ocorreu no último dia 27 de outubro. Os rivais seguiam em ônibus que foram atacados na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã. Um torcedor não resistiu aos ferimentos e morreu, além de outros 17 que ficaram feridos.
De acordo com a Polícia Civil, a organizada do Palmeiras queria se vingar dos cruzeirenses por uma briga que perde, em 2022, em Minas Gerais. Assim, os integrantes usaram rojões, pedaços de pau, pedras e barras de ferros para atacar os rivais.
Por conta do episódio, a Federação Paulista de Futebol atendeu a um pedido do Ministério Público e proibiu a Mancha Alviverde de frequentar estádios de futebol no estado de São Paulo por tempo indeterminado.