A médica Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, que era capitã de Mar e Guerra da Marinha do Brasil, morreu após atingida por uma bala perdida enquanto participava de uma cerimônia no Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Policiais militares realizavam uma operação na região no momento em que a vítima foi ferida na cabeça. Ela foi socorrida e chegou a ser operada, mas não resistiu e faleceu.
O caso aconteceu na terça-feira (10). Gisele, que atuava na Marinha desde fevereiro de 1995, era médica geriatra e também atuava como superintendente do hospital naval. Ela participava de uma cerimônia de formatura no local, quando foi atingida por uma bala perdida na cabeça.
A médica ela foi socorrida e operada na própria unidade de saúde onde trabalhava, mas não resistiu. “A Marinha do Brasil lamenta informar a morte da Capitã de Mar e Guerra média Gisele Mendes de Souza e Mello, baleada no complexo do Hospital Naval Marcílio Dias. A Marinha se solidariza com familiares e amigos e informa que está prestando todo o apoio nesse momento de grande dor e tristeza”, informou a Marinha do Brasil.
Já a Polícia Militar destacou que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins realizou, na manhã de terça-feira, uma operação nas comunidades do conjunto de favelas. Os agentes foram atacados por criminosos no Morro Nossa Senhora da Guia, também conhecido como Gambá, que fica ao lado do hospital. Após o episódio, a corporação reforçou o policiamento no entorno do Marcílio Dias, mas não informou o balanço da operação.
Após a morte de Gisele, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil, assumiu a investigação do caso. Foi realizada uma perícia no hospital para tentar descobrir a trajetória e o local exato de onde partiu o tiro que matou a médica. A corporação diz que outras diligências estão em andamento para esclarecer o caso.
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Luto
Gisele se formou em Medicina na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), em 1993. De 2015 a 2018, ela fez parte da comissão de ética médica do Hospital Naval Marcílio Dias.
Em setembro do ano passado, ela foi designada para participar do 11º Curso de Ética Médica Militar e do 23º Curso de Direito Internacional dos Conflitos Armados, na cidade de Spiez, na Suíça.
Em nota, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) expressou consternação pela morte da médica e cobrou uma investigação rigorosa. “Este é mais um caso que expõe a falta de planejamento e inteligência nas ações de segurança pública, colocando vidas inocentes em risco”, diz trecho da nota.
O filho da vítima, Daniel Mello, que é estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, completou 22 anos no dia em que a mãe foi morta. Em postagem nas redes sociais, ele escreveu: “De coração partido, mas com fé que Deus sabe de tudo, vai em paz, mãe. Que seus guias estejam contigo!”.
