Foco

Vereador tem prisão mantida após chamar colega de ‘preto safado’; vídeo mostra quando ele foi detido

João Naves (PSD) é suspeito de injúria racial contra Bruno Marino (Podemos), em Carapicuíba, na Grande SP

Político passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva.
Vereador João Naves (PSD) (à esquerda) foi preso acusado de injúria racial contra Bruno Marino (Podemos), em Carapicuíba, na Grande São Paulo (Reprodução/Redes sociais)

O vereador João Naves (PSD), de Carapicuíba, na Grande São Paulo, foi preso acusado de injúria racial contra colega Bruno Marino (Podemos), que é negro. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra quando o parlamentar deixou a Câmara da cidade detido (assista abaixo). Durante uma reunião, ele teria chamado o rival de “preto safado”. Apesar de negar as acusações, a Justiça manteve a prisão preventiva do político em audiência de custódia, realizada na manhã desta quarta-feira (11).

ANÚNCIO

Os parlamentares participavam de uma reunião em uma sala da Câmara Municipal de Carapicuíba, na manhã de terça-feira (10), quando João Naves, de 67 anos, teria feito a ofensa racial contra o colega.

Em entrevista à TV Globo, o vereador Bruno Marinho disse que o político o chamou de “preto safado” por várias vezes. “Tendo essa situação, eu dei voz de prisão [ao vereador João Naves]. Acionei a Guarda Municipal, que acionou o delegado de polícia, que conduziu o vereador até o 1º Distrito Policial aqui de Carapicuíba”, disse o parlamentar.

Após o ocorrido, a vítima, quando já estava no plenário, pediu que o fato constasse da ata da sessão. “Aqui embaixo, na sala de reuniões, acabei de ter uma discussão com o vereador Dr. João Naves, o qual acabou de me chamar de preto safado na presença de, salvo engano, mais seis ou sete vereadores”, disse Marinho.

LEIA TAMBÉM:

Assim, João Naves foi detido e levado para a delegacia da cidade. No local, foi recebido por populares, que gritavam o chamando de “racista”. Informalmente, aos policiais, o político teria confessado as ofensas raciais. Porém, ao prestar depoimento formal, negou as acusações.

Na manhã de hoje, ao passar por audiência de custódia, João Naves teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça. O crime de injúria racial é inafiançável e prevê prisão de dois a cinco anos, além de multa.

ANÚNCIO

A defesa do político não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Já a assessoria informou, ao G1, que “jamais houve isso. Ele [Marinho] se aproveitou da discussão extrema para se beneficiar politicamente e ele sempre usa de narrativa de racismo” e que João Naves irá “se pronunciar pessoalmente sobre todos os fatos”.

Já a Câmara Municipal de Carapicuíba destacou que os fatos ainda estão sendo apurados, já que aconteceram fora do Plenário, e que “aguarda um parecer da Justiça sobre os procedimentos a serem adotados com relação ao ocorrido”.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias